A Justiça Federal acolheu pedido do Ministério Público eleitoral (MPE) e autorizou a quebra de sigilo bancário da candidata à prefeitura de Canoas Beth Colombo (PRB), do ex-tesoureiro da campanha, Guilherme Ortiz de Souza, de sete empresas e de um empresário. Na decisão, o juiz Geraldo Anastácio Brandeburski, relata que as apurações realizadas até o momento trazem indícios de irregularidades na campanha.
O despacho justifica a ação a partir de investigações da Polícia Federal que apontam indícios de caixa dois para a obtenção de recursos junto a fornecedores do município, que teria o intermédio do atual prefeito, Jairo Jorge(PT).
“De tudo apurado até aqui, ao que parece, estamos diante de um grande esquema de captação ilícita de recursos, com utilização em peso da máquina administrativa municipal”, relata o juiz na decisão.
O prazo dado pelo magistrado ao Banco Central para a disponibilidade das informações é de 30 dias. O período considerado é de dois meses, entre 1º de agosto a 31 de outubro de 2016.
Contraponto
Em vídeo, postado em sua página oficial no Facebook, Beth Colombo afirmou que a situação se trata de um “factoide” e que suas informações bancárias sempre estiveram à disposição da Justiça.
“O ex-tesoureiro da minha campanha já assumiu a responsabilidade pelos recursos achados com ele e que eles não eram destinados a nossa campanha”, relata Beth.
A reportagem da Rádio Gaúcha não conseguiu contato com o ex-tesoureiro Guilherme Ortiz de Souza.
Operação
A Operação Sufrragium, da Polícia Federal, realizada em 22 de setembro, apreendeu R$ 176,7 mil em uma mochila no comitê de campanha de Beth Colombo, que seria do ex-tesoureiro. Na casa dele, mais R$ 300 mil foram encontrados. Através de uma auditoria interna, a coligação Bloco do Orgulho Municipal (BOM) afirma que o dinheiro era de Guilherme Ortiz e que ele assumiu que utilizaria o dinheiro em benefício próprio.
Nesta quinta-feira (27), novas ações foram realizadas pela Polícia Federal. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em gráficas de Porto Alegre e Canela, no Rio Grande do Sul, e de Biguaçu, em Santa Catarina. Documentos apreendidos serão analisados junto à prestação de contas da campanha e materiais e equipamentos do ex-tesoureiro.