O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) classificou como "descabida" a solicitação da Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigá-lo no âmbito do esquema de corrupção da Petrobras. Zeca Dirceu é filho de José Dirceu, condenado na Operação Lava-Jato e que está preso há mais de um ano em Curitiba.
Em nota divulgada na manhã desta terça-feira, a assessoria de imprensa do deputado afirmou que nunca houve nenhum tipo de negociação do parlamentar junto às diretorias da Petrobras ou outras empresas investigadas na operação.
"Não existe sequer uma única ligação, e-mail, contato, agenda de reunião, testemunho, delação ou coisa parecida em relação a qualquer atitude do parlamentar", diz a nota.
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Na segunda-feira, o sistema processual do Supremo recebeu um pedido da PGR para investigar Zeca Dirceu. O pedido foi protocolado no último dia 30 e será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato na Corte.
O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, afirmou em sua delação premiada que, nas eleições de 2010, fez uma doação de R$ 100 mil a pedido de José Dirceu, para a campanha de seu filho.
Zeca Dirceu foi eleito deputado federal pelo Paraná em 2010 e reeleito em 2014. A nota de sua assessoria reitera que todas as doações recebidas em campanhas foram legais, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral "sem ressalvas".
O parlamentar finaliza a nota dizendo que acredita no Supremo e no arquivamento do pedido de investigação feito pela PGR. Ele afirma ainda que está à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento que se faça necessário.