Presidente do Senado e uma das maiores incógnitas em todo o processo de impeachment, Renan Calheiros (PMDB-AL) manteve o mistério na noite desta quinta-feira, nos instantes finais do primeiro dia do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff. Ele manteve dúvidas quanto ao seu voto.
– Estou em processo de reflexão. Eu não decidi ainda. É que eu sou presidente do senado. É prudente me conduzir com isenção, equilíbrio, responsabilidade – argumentou Renan.
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Para ele, antecipar o voto fragilizaria a sua posição de presidente da Casa. Ele ainda comentou as críticas que recebeu de aliados de Dilma por ter participado de jantar com o presidente interino Michel Temer na noite de quarta-feira, véspera do início do julgamento.
– Em todos os momentos, eu conversei com todas as partes. Ontem jantei com temer, hoje falei ao telefone com a presidente Dilma – relatou o peemedebista.
Renan disse que falou com Dilma sobre onde ela ficará acomodada no Senado antes de iniciar seu depoimento na segunda-feira. O local não está definido. Ele disse que será "onde Dilma se sentir confortável".
O senador ainda confirmou que Dilma levará 20 pessoas consigo ao Senado para assistirem, do plenário, a sua manifestação de defesa na segunda-feira, na condição de ré. É possível que o ex-presidente Lula esteja entre os presentes, mas Renan não falou em nomes. Para manter a isonomia, o presidente do Senado disse que colocou à disposição de Janaina Paschoal, advogada de acusação, a mesma quantidade de lugares para acomodar convidados no plenário.
Ele ainda confirmou que irá com Temer à China, na semana que vem, para participar de reunião do G20.
– O presidente me convidou e irei com satisfação.
Desde o início do processo de impeachment, o PT apostou em Renan como um aliado para barrar a investida. Ele vem se equilibrando nos último meses, emitindo sinais de agrado para um lado e outro. Agora, nos bastidores, aliados de Dilma já dizem que Renan não pode ser contabilizado como aliado.