A votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado nesta quarta-feira foi a segunda participação do senador Paulo Paim (PT) em processos de impedimento de presidentes da República. Em 1992, então deputado federal, Paim votou pela perda do mandato de Fernando Collor de Mello. Segundo ele, no impeachment de Collor havia "quase unanimidade" entre os parlamentares quanto à cassação. Agora, Paim diz que viu um Senado "constrangido":
– Eles aprovaram o afastamento dela e, em seguida, numa segunda votação, ela foi absolvida quanto ao crime de responsabilidade, porque a punição foi zero. Veja as contradições daqueles que sabiam que estavam fazendo uma injustiça ao condenar uma inocente. Votaram a favor e, em seguida, votaram pela absolvição, de forma tal que ela não perdeu os direitos políticos.
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Com o resultado, o senador garante que o PT e os partidos que apoiaram Dilma farão oposição ao governo do presidente Michel Temer. Uma campanha por eleições presidenciais deve começar no ano que vem.
– Nós vamos ao combate para impedir que não haja retrocesso em dois anos daquilo que nós avançamos nos últimos 20 anos. No ano que vem vai começar já a campanha Diretas Já, porque um presidente totalmente impopular não terá força para recuperar a economia e fazer as mudanças que são necessárias – diz.