O governo decidiu nesta quarta-feira criar o Comitê Executivo de Coordenação de Controle de Fronteiras para unificar as ações de combate aos crimes na fronteira do país, especialmente o tráfico de drogas e contrabando. O grupo será composto por representantes dos ministérios da Defesa, Fazenda, Casa Civil, Justiça e das Relações Exteriores, além da Polícia Federal, Receita Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional.
– É uma ideia antiga e, por solicitação dos ministros (José) Serra e (Raul) Jungmann, o presidente Michel (Temer) resolveu dar foco, luminosidade na ação do Brasil em várias áreas de fronteiras – disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Leia mais
Dilma diz que mudança no repasse para educação proposta por Temer é retrocesso
Com ausência de venezuelano, Temer entrega credenciais a embaixadores
Entenda os impactos e as dificuldades das medidas econômicas de Temer
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, José Serra, a ideia é promover ações integradas e permanentes nas regiões de fronteira.
– A ideia é ter uma visão comum, aprofundar o diagnóstico, fazer com que ações tenham caráter permanente e não episódicos, como outras ações que foram bem-sucedidas mas careceram de continuidade nessa matéria – disse.
O comitê, segundo o ministro, também terá como objetivo ampliar a cooperação bilateral entre os países da região.
– O crime não se dá na linha da fronteira, mas no interior dos territórios, seja na origem, seja no deslocamento. A ideia é ter um mecanismo permanente. Uma ação coordenada que vai envolver, no futuro, uma ação diplomática, que tem existido, mas muito mais intensa – explicou.
Segundo Serra, anualmente, o Brasil registra mais de R$ 20 bilhões em perda de arrecadação devido ao contrabando.
Operação Ágata
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou que as Forças Armadas farão uma nova etapa da Operação Ágata, de combate a crimes na fronteira, para garantir a segurança da Rio 2016.
– Vamos iniciar, nos próximos, dias uma operação que irá envolver 15 mil homens na fronteira, 27 aeronaves, oito navios e 80 lanchas, ao custo de R$ 9 milhões. Ela vai envolver todas as nossas fronteiras e visa assegurar a realização tranquila para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
A ação, segundo o ministro, será baseada na inteligência e ocorrerá de forma "não previsível" e em vários momentos.