
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
O ex-ministro da Previdência Onyx Lorenzoni (PL) afirma que não conhece Felipe Gomes Macedo, investigado por fraudes no INSS que doou R$ 60 mil para sua campanha ao governo do Estado em 2022. A doação foi destacada pela Polícia Federal no relatório sobre a investigação.
— Esse cara, que eu não sei quem é, que depositou na minha campanha, o fez rigorosamente dentro da lei. Agora, se ele se envolveu nessa barbaridade, não tenho nada a ver com isso. Não pedi para o cara. Estou tentando descobrir, nas minhas relações, quem pediu. E pode ser que ninguém tenha pedido — afirmou o ex-ministro.
Onyx disse ainda que sua campanha teve mais de 120 doações de pessoas físicas e que, em alguns casos, as contribuições foram solicitadas por segmentos econômicos com os quais tem relação:
— Quando tu tens uma campanha do tamanho da de governador, tu falas com os setores. Como as empresas não podem doar, buscam alguém do setor que tenha um Imposto de Renda que permita fazer uma doação significativa.
Felipe Macedo Gomes foi presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), uma das entidades investigadas no esquema de descontos de aposentados. O credenciamento da entidade foi feito em agosto de 2022, após Onyx deixar o comando da Previdência. A informação sobre a doação foi publicada pelo portal Metrópoles.
O ex-ministro ressalta que a legislação atual garante que qualquer entidade que tenha beneficiários do INSS em seus quadros pode se cadastrar para fazer os descontos, o que ocorre de forma automática.
— Não tem relação de causa ou efeito, porque o ministro ou o presidente do INSS não tem ascendência ou discricionaridade sobre a concessão dos acordos — salienta.