Pouca coisa mudou no Rio Grande do Sul desde as últimas visitas da presidente Dilma Rousseff em abril, para a formatura do Pronatec e entrega de máquinas, e em maio, para a festa de aniversário do PT. As obras que ela anunciou em abril e nas visitas anteriores estão praticamente no mesmo ponto, algumas cercadas de descrédito. Os gaúchos começam a duvidar que o metrô, comemorado como uma das maiores conquistas dos últimos anos, saia do papel, já que os recursos anunciados no primeiro momento se revelaram insuficientes.
Em abril, Dilma reafirmou o compromisso com o metrô. Em junho, depois da onda de protestos, anunciou R$ 50 bilhões para a mobilidade urbana no Brasil. O governador Tarso Genro e o prefeito José Fortunati aproveitaram essa abertura para pedir mais recursos para a obra. A expectativa é de que nesta sexta-feira ou sábado Dilma responda quanto o Estado receberá desse novo bolo de dinheiro. Sempre que fala de transportes, a presidente repete que não se pode conceber uma grande cidade sem metrô. É chegada a hora de transformar palavras em ações, já que as finanças da prefeitura e do Estado não permitem ampliar sua participação no negócio.
Mais do que novos anúncios, o que de melhor a presidente pode fazer em Porto Alegre e em Osório é garantir a execução das obras prometidas e estabelecer um cronograma, para que não se transformem em lendas urbanas.
As perguntas são as mesmas de sempre: quando sai o edital para a construção da ponte do Guaíba? Quando será dada a ordem de início para a duplicação da BR-290? Quanto virá para o metrô? Qual é a previsão de início e término da obra? Quando sai a licitação para a construção da rodovia entre Santa Maria e Santo Ângelo? Haverá dinheiro para obras no entorno da Arena, onde desemboca a BR-448?
Às perguntas de sempre será acrescentada mais uma: com o fim da cobrança de pedágio, quando o Dnit assumirá a manutenção das estradas federais que antes estavam sob responsabilidade das concessionárias? Se a presidente ainda não sabe, alguém terá de informá-la de que as estradas já começaram a apresentar problemas por falta de manutenção e o Dnit diz apenas que o processo de devolução ainda não foi concluído.