A primeira avaliação dos governadores dos principais Estados brasileiros depois da onda de protestos que varreu o país mostra que poucos escaparam do desgaste. A pesquisa encomendada ao Ibope pela Confederação Nacional da Indústria foi realizada de 9 a 12 de julho e divulgada apenas ontem, com dados parciais no caso dos governadores, o que torna impossível uma avaliação mais precisa dos resultados. É indiscutível que a presidente Dilma Rousseff perdeu popularidade: os números do Ibope confirmam outras sondagens do próprio instituto, do Datafolha e do MDA.
Entre 11 governadores avaliados, o gaúcho Tarso Genro (PT) tem o terceiro pior índice de bom e ótimo, mas isso não quer dizer que só perca para Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, na avaliação geral. Como o Ibope não divulgou os percentuais de regular, ruim e péssimo dos governadores, é impossível montar um ranking de popularidade.Tarso tem, por exemplo, o quarto melhor índice (46%) quando a pergunta é sobre a confiança no governador. Nesse quesito, perde apenas para o pernambucano Eduardo Campos (PSB), o cearense Cid Gomes (PSB) e o mineiro Antonio Anastasia (PSDB). O governador gaúcho também tem 46% na "aprovação da maneira de governar". Fica à frente de Cabral, de Perillo, do paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e do baiano Jaques Wagner (PT).
O levantamento do Ibope sugere que as medidas adotadas pelo governador depois da onda de protestos, como o passe livre para parte dos estudantes, não sensibilizaram a população. Numa escala de zero a 10, os entrevistados deram 4,1 na avaliação das respostas de Tarso às manifestações. A resposta da presidente Dilma Rousseff mereceu nota 4,4.
A pesquisa mostra que a saúde é o calcanhar de Aquiles dos governos. Foi citada por 77% dos eleitores como o maior problema do Brasil, e por 71% como a área de pior desempenho do governo federal. Questionados sobre os três principais motivos que fariam o entrevistado participar de novas manifestações, 43% responderam "maiores investimentos em saúde" e 35% indicaram "contra a corrupção".