Acusados da venda de apoio político para o PT no começo do governo Lula, deputados e assessores do antigo PL são, nesta quarta-feira, os alvos iniciais do voto do ministro Joaquim Barbosa na retomada do julgamento do núcleo político do mensalão. Após analisar os réus do PL, que se transformou no atual PR, o relator chega a um dos ícones do escândalo, o petebista Roberto Jefferson, delator do esquema.
Pelo ritmo apresentado na segunda-feira, quando ratificou a existência do mensalão e indicou a condenação dos parlamentares do PP, o voto de Joaquim Barbosa entra no caso de Jefferson, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, entre o final da sessão desta quarta e o começo da de quinta.
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Como optou por analisar primeiro a situação dos réus ligados ao PP, PL, PTB e PMDB, siglas acusadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) do recebimento de propina, o relator só deverá tratar nesta quinta-feira da cúpula petista: José Genoino, Delúbio Soares e o ex-ministro José Dirceu.
Nesta quarta, Barbosa julga os assessores Antônio e Jacinto Lamas, o ex-deputado Bispo Rodrigues e o atual deputado Valdemar Costa Neto. O quarteto está entre 23 réus citados no item seis da denúncia, acusados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Depois de apontar a condenação dos progressistas Pedro Henry, Pedro Corrêa e João Cláudio Genu, além dos corretores Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg, espera-se de Barbosa mesma postura em relação ao grupo do PL.
Jefferson está internado em um hospital no Rio para tratar de uma infecção intestinal. Recentemente, ele retirou um tumor do pâncreas. Ficou satisfeito com a posição apresentada pelo relator na segunda-feira, quando assegurou que o PT comprou votos.
- Durante sete anos o PT veio com essa conversa de que era invenção, de que o Jefferson era um fanfarrão. De certo modo é um conforto - diz o advogado gaúcho Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende o petebista.
Apesar das condenações em série, ele confia na absolvição de Jefferson.
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