Os candidatos à prefeitura de Porto Alegre em segundo turno, Maria do Rosário (PT) e Sebastião Melo (MDB), voltaram a debater posicionamentos políticos e propostas de gestão para a Capital nesta quinta-feira (17). O encontro ocorreu à noite na TV Pampa e destacou visões contrastantes sobre metodologias na administração pública.
Em oito rodadas, a petista e o emedebista confrontaram promessas de melhorar saúde, educação, segurança, infraestrutura, habitação, transporte urbano e economia.
No entanto, em meio às propostas de cada um deles, ganhou ênfase a divergência de posicionamento acerca de práticas e formas de gestão.
Rosário defendeu a manutenção do caráter público do Dmae, sustentando que acesso à água não pode ser interpretado como um negócio comercial.
— Água não é para dar lucro. É para chegar na casa das pessoas — afirmou.
Melo argumentou que acredita na concessão do Dmae e pretende utilizar o recurso privado para financiar atividades de prevenção e contenção de enchentes.
— O povo não quer saber se o serviço e público ou privado, se for bom — disse.
Rosário retrucou:
— O senhor quer que a água custe mais caro para a população.
Melo rebateu:
— A senhora não gosta de parceria. Se pudesse, estatizaria tudo.
A divergência doutrinária se repetiu no tema da mobilidade, que recaiu sobre a venda da Carris.
Rosário apontou que falta qualidade no sistema e suscitou que a privatização da Carris não foi transparente e deixa dúvidas sobre o equilíbrio financeiro da operação.
— Vou olhar com lupa estes contratos — declarou a petista.
Melo respondeu que a Carris dava prejuízo e que o processo transcorreu dentro da lei, dizendo que entende a decisão como um ato responsável com as finanças públicas.
— Tive coragem de privatizar — definiu o emedebista.
Polarização
Ainda na seara da ideologia, inflamada pela tendência nacional de polarização, Rosário e Melo duelaram sobre identificação com os líderes políticos Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
— Se a senhora é tão amiga do Lula, por que não pede para ele pagar o valor das isenções para os idosos (nas passagens de ônibus urbano). Eu baixo a passagem para R$ 4 na hora em que ele pagar — provocou Melo.
— Sou a candidata do presidente Lula e da democracia. Fico triste ao ver meu adversário de braços dados com a família Bolsonaro, com o golpismo e com o discurso de ódio.