Os candidatos em segundo turno à prefeitura de Porto Alegre, Maria do Rosário (PT) e Sebastião Melo (MDB), trocaram farpas, mas também debateram propostas de gestão nesta segunda-feira (14), em debate promovido pela TV Band.
O primeiro bloco começou com os temas mobilidade urbana e saúde.
Maria do Rosário contestou a privatização da Carris e descreveu o que considera um rebaixamento da qualidade do sistema de ônibus da Capital, com menos oferta de linhas e horários. Criticou a redução de benefícios de isenção para idosos e de meia passagem para estudantes.
Sebastião Melo defendeu que a privatização da Carris foi necessária e sustentou que a empresa dava prejuízo aos cofres públicos. Apontou que pretende criar uma faixa exclusiva para motociclistas, entre o triângulo da Avenida Assis Brasil e o acesso para Cachoeirinha e melhorar as ciclovias.
A etapa também foi marcada por enfrentamentos.
— Antes de começar o debate, já começaram os ataques, eu quero falar de resolver os problemas — declarou Melo.
— Quando a gente diz a verdade, o candidato diz que a gente ataca — respondeu Rosário.
Os candidatos também debateram propostas sobre educação e segurança. Ainda no primeiro bloco, houve duro enfrentamento sobre corrupção.
Rosário tocou no tema dos supostos desvios na Secretaria Municipal de Educação:
— De um lado, as crianças não aprendem, e de outro prendem a secretária de Educação, que compra um apartamento com dinheiro de corrupção. Tem gente andando de Ferrari com dinheiro de corrupção.
Melo rebateu dizendo que prontamente mandou investigar as denúncias sobre desvios, ocorridas em meio à gestão dele:
— Eu não estou sendo investigado. Fui o primeiro a mandar investigar quando houve problema na Smed. A senhora esconde corrupção, eu não. Aliás, o seu partido esteve no meio de diversos escândalos de corrupção.
Enchente voltou ao centro das discussões
A segunda e a terceira etapas do debate entre os candidatos no segundo turno à prefeitura de Porto Alegre trouxeram temáticas como enchente e prevenção a futuras calamidades, projetos para habitação, drenagem e infraestrutura da cidade.
Sebastião Melo declarou que, por lei federal, os sistemas de água e esgotos devem ser universalizados até 2033 e disse considerar que recursos privados serão necessários. Falou em concessão do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) para financiar, com recursos da parceria com o setor privado, a melhoria da drenagem urbana e do controle contra enchentes.
— O sistema de proteção contra cheias é de responsabilidade federal. Está na Constituição. A senhora respeita a Constituição? Todas as casas (de bombas) estavam em funcionamento. A água entrou por 21 pontos entre o Lami e o Sarandi. Enquanto a senhora estava fazendo vídeo de campanha, eu estava salvando vidas e reconstruindo a cidade — disparou Melo.
Maria do Rosário afirmou que pretende elaborar projetos para obter financiamento federal para execução dos serviços 100% públicos, tendo o Dmae como gestor do fornecimento de água potável e tratamento de esgoto, e tendo uma outra estrutura, como o extinto Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), para administrar drenagem, manutenção e controle de cheias na cidade.
— Sim, eu respeito a Constituição. E sei que quem planeja e constrói o sistema de proteção é o governo federal. Mas não é o presidente da República quem deve, de Brasília, ver se as borrachas de vedação das comportas estão funcionando, se as casas de bombas estão em boas condições. Quem tem esta obrigação é o prefeito, era o senhor — rebateu Rosário.
Centro Histórico
Em suas falas finais, o candidato Sebastião Melo destacou o andamento de obras para recuperação do Centro Histórico, citando reformas de calçamentos, a remoção do prédio conhecido como Esqueletão, a revitalização do Viaduto Otávio Rocha e da Praça da Matriz, entre outras ações.
— Tenho orgulho deste governo e sei que ainda há muito o que fazer, por isso peço o voto da população, inclusive aqueles que não compareceram no primeiro turno, para continuar transformando a cidade juntos — pontuou Melo.
Em seus posicionamentos finais, Maria do Rosário criticou as mudanças visuais na Rua da Praia e cobrou a administração pela demora na reabertura da Usina do Gasômetro, aparelho cultural representativo para Porto Alegre. Ela disse querer revisar o planejamento urbano, preservando espaços verdes.
— Quero agradecer pelos votos recebidos, pelo apoio da candidata Juliana Brizola. Homenagear os professores pelo seu dia e dizer que estou preparada para cuidar da cidade, para desenvolver preservando o cenário urbano e os corredores verdes — finalizou Rosário.