Repetindo o feito alcançado na última eleição municipal, em 2020, o pleito deste ano levará novamente, a partir de 1º de janeiro de 2025, 11 vereadoras à Câmara Municipal de Porto Alegre. O resultado representa um avanço na participação feminina no parlamento do município — que tem 53,99% da população formada por mulheres, conforme o Censo de 2022.
O número de eleitas conseguirá repor as baixas que fizeram o quórum da atual bancada feminina cair no decorrer da legislatura, em razão da saída de parlamentares que se elegeram deputadas em 2022, e ainda superar o percentual de ocupação registrado em 2020, que até então era recorde.
Isso porque, no último pleito, haviam 36 vagas disponíveis na Câmara. Com 11 delas assumidas por mulheres, a ocupação feminina chegou a bater 30,5%. Nesta eleição, porém, houve mudança no número de cadeiras a serem preenchidas no parlamento do município, com o número reduzindo de 36 para 35. Assim, com mulheres ocupando 11 das 35 vagas, o percentual será de 31,4% (0,9% a mais).
A bancada feminina que tomará posse em 1º de janeiro de 2025 terá parlamentares reeleitas e novas integrantes. Claudia Araujo (PSD), Comandante Nádia (PL), Fernanda Barth (PL), Karen Santos (PSOL) e Tanise Sabino (MDB), integrantes da atual legislatura, conquistaram a reeleição e seguirão na Câmara. Já Atena Roveda (PSOL), Grazi Oliveira (PSOL), Juliana de Souza (PT), Mariana Lescano (PP), Natasha Ferreira (PT) e Vera Armando (PP) foram eleitas pela primeira vez.
Abigail Pereira (PCdoB), Lourdes Sprenger (MDB), Mariana Pimentel (Republicanos) e Mônica Leal (PP), que também fazem parte da atual legislatura, não conseguiram se reeleger e deixarão o parlamento ao fim deste ciclo.
Diversidade
Um dos principais destaques da nova bancada feminina é a eleição histórica de duas mulheres travestis: Atena Roveda, do PSOL, e Natasha Ferreira, do PT. Juntas, as duas pretendem formar também a "bancada arco-íris", comprometida com a defesa dos direitos de transexuais e travestis e da população LGBTQIAP+ em geral.
Chama atenção, ainda, que a nova configuração da bancada feminina tem representantes de espectros políticos opostos, mas com divisão equilibrada. São cinco parlamentares ligadas a partidos de esquerda (PT e PSOL), quatro a partidos de direita (PL e PP) e duas a partidos que se definem como centro (PSD e MDB).
O que vem por aí
Levantamento realizado pela reportagem apurou que, de janeiro de 2021 a setembro de 2024, a atual bancada feminina da Câmara Municipal conseguiu aprovar 18 novas leis em prol das mulheres, ao passo que outros 36 projetos seguem em tramitação.
Projetando o que vem por aí, na próxima legislatura, Zero Hora consultou as 11 vereadoras que tomarão posse em 1º de janeiro de 2025 e questionou qual será a prioridade de cada uma delas para a pauta feminina. Confira abaixo: