O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, fez críticas ao ex-governador do Estado e atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (2). Ao responder a uma questão que citava o presidente do seu partido, Leonardo Avalanche, investigado por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), Marçal disparou:
— Geraldo Alckmin teve a chance de acabar com o PCC e foi um bunda-mole. Ele deixou o PCC se proliferar nessa cidade. O PCC tomou posto de gasolina, tomou televisão, tomou partido — comentou o candidato.
Marçal também fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamando de "idiota" os eleitores do petista.
— Quem votou no Lula deve ser idiota, só pode. Porque tudo o que foi feito, roubo daquele, mais de R$ 1 trilhão, mais de 10 processos, nove anos de condenação, três instâncias, 580 dias de cadeia, ele agora com dois anos, não vejo ninguém falando do rombo de R$ 1 trilhão fiscal, colocou 10 novos impostos. Só pode ser idiota para votar nele de novo — disse.
Apoio de Bolsonaro e STF "político"
Sobre o apoio de Jair Bolsonaro (PL) a Ricardo Nunes, candidato do MDB à prefeitura de São Paulo, Marçal disse que o ex-presidente "falou com a própria boca":
— (Ele disse) "O Nunes não é o candidato dos sonhos" e me elogiou logo em seguida.
Marçal afirmou também não ter medo de enfrentar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
— Qualquer exagero que tiver da parte dele, que ele responda por tudo. Agora, o Brasil inteiro está sentindo o que eu estou sentindo (sobre a suspensão do X no Brasil) — afirmou.
O ex-coach avaliou que o STF está muito "político". Em mensagem para os ministros da Corte, ele afirma que o país precisa ser reunificado e que não precisa da politização a que o tribunal está sujeito hoje. Contudo, evitou críticas mais duras ao Supremo.
— Já estou arrumando problema com governador do Estado, prefeito de São Paulo, presidente da República. Vou arrumar problema com STF? — disse.
Questionado sobre abuso de poder econômico em seus meios de comunicação, Marçal respondeu que não houve pagamento para realização de cortes nas suas redes sociais. Além disso, voltou a dizer que foi censurado pela Justiça.
As mídias do candidato foram derrubadas atendendo a um pedido da campanha da candidata e deputada federal Tabata Amaral (PSB) no fim do mês passado. A decisão foi motivada por indícios de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação na remuneração de usuários para produzir "cortes" e divulgá-los nas redes.
— Suspender o único meio de comunicação que uma pessoa tem, é um meio de censura — disse o empresário.
— É prévia porque não censuraram o conteúdo. Censuraram o meio de comunicação.
Marçal disse ainda que que seus novos canais, criados após o bloqueio dos anteriores, já possuem mais seguidores do que os perfis dos adversários.
— Essa eleição de São Paulo vai abrir os olhos para um novo tipo de política. Não tenho padrinho político, não tenho tempo de TV, não tenho minhas redes sociais, e vou vencer mesmo sem nenhum desses atributos — declarou, em tom mais moderado do que nas entrevistas anteriores.