Os candidatos Felipe Camozzato (Novo), Maria do Rosário (PT) e Sebastião Melo (MDB) debateram propostas de gestão para Porto Alegre, na noite desta segunda-feira (23), no Teatro da Unisinos, na Capital. A atividade também teve promoção do Conselho Regional de Administração (CRA-RS). Juliana Brizola (PDT) foi convidada, mas não participou.
— Gestão pública eficiente não é apenas um diferencial. É uma necessidade. Não se trata de uma abstração sobre temas da cidade, mas de reais compromissos com a sociedade — pontuou o presidente do CRA-RS, Flávio Abreu.
O dirigente informou que a candidata Juliana Brizola não entregou documento de aceitação das regras do debate em tempo e, por isso, foi informada de que não poderia participar.
Em quatro blocos estabelecidos para o confronto de visões e exposição de planos, os três concorrentes presentes buscaram estabelecer seus posicionamentos em falas dirigidas aos eleitores, diante de uma pequena plateia formada principalmente por integrantes das campanhas e das instituições organizadoras.
Felipe Camozzato apresentou-se como administrador, com formação em finanças e passagem na gestão privada antes do ingresso na atividade de político. Citou como exemplo de sua visão o modelo aplicado em Joinville, cidade catarinense que tem administração do Novo.
— Há uma tentativa de qualificar esta eleição como um jogo com apenas duas alternativas. Discordo deste apego ao passado. Porto Alegre precisa testar um resultado diferente. Acredito em melhorar o acesso à Educação Infantil comprando vagas no setor privado, na concessão do Dmae para ampliar o tratamento de esgoto e em atualizar o sistema contra enchentes com base em evidências — disse Felipe Camozzato.
Maria do Rosário posicionou-se como parlamentar experiente, representante de projeto antagônico à atual gestão municipal e defensora de princípios democráticos. Mencionou sua intenção de gerar desenvolvimento pela indução da economia para ampliação da receita municipal.
— Tem dois projetos distintos em debate aqui. Um que estagnou o desenvolvimento da cidade. Outro, o qual represento, que acredita em chamar agentes políticos, econômicos e sociais para reconstruir Porto Alegre. Tenho visão de gestão pública, quero fortalecer o Dmae, modernizar o sistema contra enchentes, monitorar o sistema de transporte, que vem piorando desde a pandemia — declarou Maria do Rosário.
Sebastião Melo procurou dar destaque a méritos da atual administração, apontando o esforço pela reorganização da cidade após a enchente e o avanço em abertura de vagas na Educação Infantil como algumas das políticas públicas lideradas por ele. Também procurou rebater críticas.
— Tenho orgulho de ser o prefeito que mantém a tarifa de ônibus sem aumento há três anos. Tivemos coragem de enfrentar a questão das isenções, que foram mantidas para as pessoas de baixa renda. Recuperamos a cidade após a calamidade e abrimos vagas em creches através de parcerias que podem ser ampliadas. Em um mandato não se consegue fazer tudo. Por isso, sou candidato à reeleição — afirmou Sebastião Melo.
Educação em foco
Os três participantes do debate também deram ênfase ao tema da educação. Felipe Camozzato, Maria do Rosário e Sebastião Melo sustentaram que confiam no conhecimento desenvolvido nas universidades como base para tomada de decisões e elaboração de políticas públicas.
Camozzato disse que planeja monitorar indicadores de qualidade e ofertar treinamento a professores para melhorar o desempenho de estudantes. O candidato do Novo comentou dado que indica baixo desempenho de Porto Alegre em comparação com as demais capitais do país. Defendeu o diálogo com a academia para promover inovações.
Rosário afirmou que quer reestabelecer a isenção de 50% na tarifa de ônibus para todos os estudantes e revelou plano de realizar auditoria sobre os repasses públicos ao sistema de transporte. A candidata do PT qualificou a educação como principal geradora de oportunidades e disse que espera contar com suporte das universidades.
Melo argumentou que sua administração melhorou estruturas de escolas e modernizou o método de ensino, dotando as salas de aula com equipamentos de informática. O candidato do MDB reagiu a críticas sobre supostas falhas na gestão da educação, sustentando que mandou investigar todas as denúncias de que teve conhecimento.