O Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Sul acionou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta terça-feira (1º) para explicar as ações que estão sendo realizadas para debelar os protestos em estradas no Estado. O MPF recomendou, inclusive, que a PRF solicite imediatamente o reforço das forças policiais estaduais para que seja cumprida a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou que as polícias militares atuem para desobstruir as rodovias — inclusive vias federais.
Em despacho enviado à PRF, o MPF solicita que a corporação "informe todas as medidas empreendidas no âmbito dessa Superintendência da Polícia Rodoviária Federal e Delegacias sediadas no território do Estado do Rio Grande do Sul, para promover o desbloqueio de vias, nos dias 31 de outubro de 2022 e 1º de novembro de 2022, bem como as ações programadas".
Outra medida solicitada é a identificação dos veículos utilizados nos bloqueios, a fim de futura responsabilização cível e criminal. Em coletiva de imprensa no final da manhã desta terça, em Brasília, a PRF disse que as placas dos carros e caminhões estão sendo anotadas pelos agentes.
Mesmo sendo recomendações e pedidos, o MPF disse que o não acatamento ou o fornecimento insuficiente de dados poderão resultar em medidas judiciais. O prazo para fornecimento das informações não havia sido estabelecido até as 14h desta terça.
Coletiva sem diretor-geral
De acordo com agentes da PRF, o planejamento da atuação da corporação iniciou na segunda-feira (31). Sem a presença do diretor-geral Silvinei Vasques, que vem sendo questionado pela omissão da PRF em acabar com os bloqueios, os agentes que conversaram com os jornalistas disseram que há dificuldades na identificação dos líderes do movimento que vem bloqueando rodovias em todo o país.
Conforme os policiais rodoviários federais, 330 pontos com interdições foram liberados desde o começo do movimento. Mais de 260 trechos seguem obstruídos. No Rio Grande do Sul, há bloqueios em rodovias estaduais e federais. A Corregedoria da PRF deverá investigar as denúncias contra agentes da corporação que estariam apoiando as manifestações.