O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se na manhã desta quarta-feira (9) com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lula passou menos de duas horas na residência oficial de Lira, em uma conversa que foi classificada como "abertura de diálogo" com o presidente da Câmara, que pretende manter-se no cargo e controla a pauta de votações na Casa.
O deputado federal José Guimarães (PT-CE) afirmou que o encontro teve um tom "muito bom e amistoso". Deputados do PT participaram do primeiro encontro entre Lula e Lira, após as eleições.
— Ótima reunião. Foi uma reunião protocolar. Abertura de diálogo na busca de entendimento com o país e votação das matérias — disse Guimarães na saída do encontro, ressaltando que, na quinta-feira (10), haverá uma reunião com outros parlamentares.
Além de Lula, reuniram-se com Lira o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o coordenador técnico da equipe de transição e ex-ministro Aloizio Mercadante, e os deputados Odair Cunha e Reginaldo Lopes, ambos do PT em Minas Gerais.
— Acho que a coisa está andando bem — completou Guimarães.
Lula chegou à residência oficial de Lira por volta das 10h15min e ficou no local durante uma hora e 40 minutos. De lá, foi até a casa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Durante a tarde, o presidente eleito tem encontros agendados com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Lula e o PT têm discutido meios de bancar o Auxílio Brasil — que voltará a ser chamado de Bolsa Família — de R$ 600 a partir de janeiro e outras despesas de interesse do novo governo. A PEC incorporaria o chamado "waiver" (licença para gastar), que tem batido nos R$ 160 bilhões, podendo chegar a R$ 200 bilhões, como defendem alguns integrantes da cúpula petista.
Na semana passada, o centrão havia sinalizado que apoia a medida, mas exigirá condições como a manutenção do orçamento secreto e o apoio ao projeto de reeleição de Lira no comando da Câmara. Lira e Pacheco querem se reeleger para o comando das Casas Legislativas no ano que vem.