As manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas rodovias de ao menos 18 Estados e Distrito Federal, por conta da derrota no segundo turno das eleições para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), provocam bloqueios em centenas de pontos de estradas federais e estaduais do país. Na tarde desta segunda-feira (31), um ouvinte da Rádio Gaúcha que partiu de Porto Alegre em direção a Florianópolis, em Santa Catarina, na noite de domingo (30), relatou ainda não ter chegado ao destino por conta da interrupção das estradas.
Demétrio Benites contou em entrevista ao Gaúcha+ como foram as últimas 17h dentro de um ônibus da empresa Santo Anjo. Ele deixou a rodoviária da Capital às 22h do domingo e, até por volta das 16h30min desta segunda, ainda estava parado na rodoviária de Criciúma.
— Estamos presos até agora. A gente conseguiu passar por um dos bloqueios e conseguimos chegar na rodoviária de Criciúma. Então, estamos sitiados aqui na rodoviária de Criciúma. Ainda bem, porque temos algumas pessoas no ônibus, crianças, também idosos, e se tornava bem difícil na beira da estrada. Situação bem ruim. Esse ônibus saiu às 22h da rodoviária de Porto Alegre em direção a Florianópolis — contou Demétrio, que numerou os bloqueios no seu trajeto:
— Pegamos o primeiro bloqueio em Sombrio (SC). Estavam recém se iniciando os bloqueios. E depois de muita insistência a gente conseguiu passar. Acho que ficamos ali umas duas horas, mais ou menos. Chegamos em um segundo bloqueio por volta das 4h, em Maracajá, em Santa Catarina. Já mais próximo de Criciúma, acho que ali sim nós ficamos umas três horas também — relatou Benites, acrescentando que seu ônibus chegou na rodoviária de Criciúma às 7h desta segunda-feira (31). — Ficamos sabendo que logo adiante de Criciúma tem mais um bloqueio. Ficamos sabendo também que tem em Tubarão, Imbituba e em Palhoça. São mais quatro bloqueios ainda. E assim, está um caos. A estrada está um caos pelo transtorno causado. Tem muito caminhão parado.
