A voz doce, mas nítida e forte, deixa claro que a candidata a vice-governadora do Rio Grande do Sul Cláudia Jardim (PL), na chapa de Onyx Lorenzoni (PL), é acostumada a falar em público e, especialmente, a lidar com crianças e adolescentes. Pudera: antes de ser vereadora e vice-prefeita de Guaíba, sua cidade natal, ela é professora e mãe de cinco filhos — todos meninos. Portanto, nada mais natural que o jeito de falar misture o carinho materno e de educadora com a rigidez necessária para controlar a casa ou a sala de aula.
Mas, por trás desse cuidado e proteção na hora de falar, está uma mulher determinada a ser a primeira vice-governadora do Estado. Se chegar ao cargo, Claudinha, como é conhecida, pretende se colocar como um elo entre o governo e a comunidade.
— Não quero ser uma vice-governadora que fica apenas no palácio, nos gabinetes. Quero fazer ações nas regiões para que as pessoas sintam que o governo está ali, para poder escutá-las. Meu papel é esse, de governar ao lado do Onyx nas missões que forem necessárias. Acredito que, por ser servidora, por ser professora, serei essa voz do servidor público gaúcho dentro do palácio — ressalta a candidata.
Ela garante que ainda não discutiu com Onyx se assumiria uma secretaria no caso de a chapa ser eleita. Destaca, porém, que irá trabalhar fortemente as questões ligadas a educação, inclusão e direitos das mulheres.
Aos 40 anos, Cláudia é formada em Letras e Pedagogia, com pós-graduação em Gestão Escolar e Educação Especial. Casada há 23 anos, é cristã e se considera uma "conservadora liberal", regida pelos princípios baseados em Deus, família, pátria e liberdade. No tempo livre, gosta de aproveitar junto aos filhos e ao marido, ler, assistir a séries e fazer o tradicional churrasco de domingo.
— Gosto de curtir com os meus filhos, de tomar um chimarrão com os mais velhos, conversar sobre o futuro, fazer os almoços de família do domingo. Isso está fazendo falta (por conta da campanha) — conta, antes de complementar: — Gosto muito de séries policiais, outras leves também, que são necessárias para dar uma espairecida. Mas as séries de ação são as que mais prendem a minha atenção.
Mas como uma professora, mãe de cinco filhos, foi parar na política? A candidata explica:
— Entendi que, dentro dos muros da escola, eu já não conseguia fazer tanta diferença nos problemas sociais da comunidade em que estou inserida como mãe, como cidadã e também como "profe" na época. Acabei concorrendo a vereadora em 2012, fui eleita, e dali em diante descobri que esse é um propósito que eu carrego.
A relação com Onyx, segundo Cláudia, é das melhores possíveis. Os dois se conhecem de Guaíba, onde residem. Porém, começaram a trabalhar juntos efetivamente em 2016, quando o próprio atual companheiro de chapa a convidou para ingressar no Democratas. Ela, que já o conhecia pelo trabalho como deputado federal, aceitou o convite. Inclusive, migraram juntos para o PL no início deste ano.
— Enxergo no Onyx a coragem e a verdade de que a palavra empenhada será cumprida. São qualidades que ele tem e considero muito importantes para um governador — destaca.
Será assim, com a experiência de quem também foi secretária municipal em Guaíba, de dois mandatos como vereadora e de dois anos como vice-prefeita da cidade, que Cláudia Jardim espera, se eleita, contribuir no Executivo estadual ao lado de Onyx.