Mesmo dominando a preferência do eleitorado ao longo das pesquisas no Estado, Olívio Dutra, candidato do PT, não conseguiu chegar ao Senado pelo Rio Grande do Sul, e a vaga do Estado ficou com Hamilton Mourão (Republicanos). Esta foi a segunda vez que o ex-deputado, ex-prefeito, ex-governador e ex-ministro disputou a vaga — a primeira havia sido em 2014, quando perdeu para Lasier Martins (na época do PDT, hoje do Podemos) por uma diferença de 121.082 votos.
Olívio acompanhou a apuração dos votos junto ao candidato ao governo pelo PT, Edegar Pretto, e candidatos e candidatas aos cargos de deputados e deputadas federais e estaduais da coligação. E a esperança de ele ser eleito manteve-se entre os coordenadores de campanha até, pelo menos, 90% dos votos contabilizados. Havia a espera pelos votos da Grande Porto Alegre e de cidades da região de nascimento de Olívio. Mas a expectativa não se confirmou.
O nome de Olívio como opção ao Senado surgiu em julho, depois de ele dizer que estaria fora das eleições deste ano. A decisão surpreendeu até líderes petistas. O convite para retomar as disputas eleitorais, segundo a direção estadual do partido, foi uma solução apresentada por Luiz Inácio Lula da Silva.
A ideia inicial do PT era ter Manuela D'Ávila (PCdoB) ou Beto Albuquerque (PSB) na corrida ao Senado. Manuela, porém, optou por ficar distante do pleito deste ano e Beto se negou a abrir mão de sua candidatura e se aliar ao PT. Olívio, então, foi procurado e aceitou ter seu nome anunciado para reforçar a chapa do partido, consciente de que poderia estar chegando atrasado na disputa à única vaga deste ano.
Ele aceitou a proposta sugerindo uma novidade: o mandato coletivo no Senado, em caso de vitória. Olívio pretendia dividir o cargo com o primeiro suplente, Roberto Robaina (PSOL), e a segunda suplente, Fátima Maria (PT).
Em agosto deste ano, numa entrevista ao podcast Zona Eleitoral, Olívio justificara o motivo de ter aceitado o convite do partido:
— Acho que está ameaçada a democracia no país. Não podemos vê-la assim e não lutar para que seja restabelecida, aperfeiçoada pelo protagonismo do próprio povo, qualificada e consolidada.