A Fazenda da Amarra, no município de Lavras do Sul, precisou retratar-se publicamente em suas redes sociais após denúncia de caso de assédio eleitoral. A propriedade, focada na produção de bovinos de corte, firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) na quinta-feira (13) com o Ministério Público do Trabalho (MPT), em Pelotas.
O caso que gerou a denúncia foi registrado em conteúdos compartilhados nas redes sociais da empresa, após os resultados do primeiro turno das eleições.
Em postagem no Instagram, mesma rede social na qual se originou a denúncia, a empresa pediu desculpas "a toda sociedade por ter orientado diretamente os parceiros comerciais e estagiários e indiretamente os funcionários a votar em determinado candidato".
Além da retratação, o TAC determina inserções de campanha do MPT e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra assédio eleitoral na rádio local Pepita FM, arcadas pela empresa, e postagens diárias na rede social da fazenda. Um vídeo sobre o tema foi postados nos stories da conta.
O descumprimento fica sujeito ao pagamento de multa pelos donos da empresa.
O MPT frisa que a coação, imposição ou direcionamento de votos, dentro das relações de trabalho, pode caracterizar discriminação em razão de orientação política, e, ainda, assédio moral. Os casos podem ser denunciados pelo site www.mpt.mp.br e pelo aplicativo MPT Pardal.
Na semana passada, o órgão ingressou com uma ação civil pública contra a Stara Indústria de Implementos Agrícolas, de Não-Me-Toque, no norte do Estado, por supostas coações eleitorais de empregados. Em carta, a empresa avisou a fornecedores que cortará em 30% o orçamento em caso de vitória de Lula (PT) nas eleições. O empresário Gilson Trennepohl, dono da fabricante e apoiador de Bolsonaro (PL), rebateu acusação de coação.