Um editorial da revista científica Nature, publicado na terça-feira (25), aponta que "só há uma escolha para o Brasil e para o mundo" nas eleições presidenciais do próximo domingo (30). Para a publicação, este é o mais importante pleito desde o fim da ditadura no país, em 1985, e um segundo mandato de Jair Bolsonaro (PL) representaria uma "ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente".
"Os eleitores do Brasil têm uma oportunidade valiosa para começar a reconstruir o que Bolsonaro derrubou. Se Bolsonaro tiver mais quatro anos, o dano pode ser irreparável", diz trecho do texto.
No editorial, a revista afirma que o presidente assumiu o cargo negando a ciência. Fazendo uma comparação com o norte-americano Donald Trump, a Nature cita as atitudes de Bolsonaro em meio à pandemia da covid-19, negando os perigos da doença e questionando a segurança das vacinas.
"Outras semelhanças já foram levantadas entre Trump e Bolsonaro — ambos tentaram minar o Estado de direito e reduzir os poderes dos reguladores", diz o texto.
O periódico britânico também afirma que o investimento em educação e pesquisa caiu ao ponto de criar dificuldades para o funcionamento das universidades federais do país. Sobre a Amazônia, diz que "o desmatamento quase dobrou desde 2018".
"Bolsonaro foi fiel à sua palavra. Seu mandato foi desastroso para a ciência, para o meio ambiente e para o povo do Brasil — e para o mundo", afirma o editorial.
Ao falar sobre o adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Nature cita que o petista "passou 19 meses na prisão como resultado de uma investigação de corrupção que envolveu funcionários do governo". A publicação diz, contudo, que "as condenações de Lula foram anuladas em 2021, abrindo caminho para que ele concorresse novamente à Presidência".