A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, concedeu entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (3) para comentar a vitória dela nas eleições 2022. Ela será senadora pelo Distrito Federal.
Eleita pelo Republicanos com 45% dos votos válidos, Damares lembrou que o sucesso dela na campanha não era apontado pelas pesquisas de intenção de voto até as vésperas da eleição. Somente no sábado (1º), um dia antes da votação, a ex-ministra apareceu liderando a corrida para o Senado no DF, com 43% das intenções de voto em uma pesquisa Ipec. Até então, nos levantamentos anteriores ela vinha sempre na segunda colocação, atrás de Flávia Arruda (PL), que acabou as eleições em segundo lugar com 27% dos votos válidos. Sobre as pesquisas, Damares afirmou que sempre acreditou no que percebia nas ruas, durante a campanha.
— O nosso termômetro sempre foi a rua. Sempre foi a rua. E o termômetro da rua não estava batendo com o termômetro das pesquisas. E isso a gente estava falando o tempo todo. No meu caso, eu quero que vocês entendam, eu entrei agora na disputa. Eu fui tirada, não deixaram. Eu entrei agora, são realmente 50 dias de campanha. E as pesquisas me apontavam sempre lá atrás. Lá atrás. Só na véspera que veio um órgão aí, um desses institutos de pesquisa e disse que eu estava na frente.
A senadora eleita disse que pretende levar ao Congresso Nacional uma discussão sobre a metodologia utilizada pelos institutos de pesquisa, pois estes "influenciam muito no voto".
— Nós ainda temos o voto útil no país. Nós ainda temos pessoas que são induzidas por resultados de pesquisa. No parlamento, eu vou fazer essa discussão séria. Eu vou fazer. Porque se eles interferem no processo eleitoral, eles podem estar indo para o bem, como para o mau também. Eles podem estar sendo usados por grupos. Então, eu quero fazer essa discussão sobre a metodologia de pesquisa no meu país — afirmou Damares.
Analisando o segundo turno do pleito nacional, a senadora eleita revelou que acredita que os votos que a candidata Simone Tebet fez no primeiro turno migrarão para o candidato à reeleição Jair Bolsonaro, pois estes votos, segundo ela, são "anti-petistas".
— Eu acho que os votos de Tebet vêm, quase na maioria absoluta para Bolsonaro. Olha só, a Simone vem de uma região onde o agro é muito forte. A Simone vem também de uma carreira jurídica, cercada por pessoas muito sérias também. Eu gosto muito da Simone. Esse momento de oposição dela ao Bolsonaro me deixou muito triste. Mas essas pessoas são anti-PT. Eu acredito que os votos de Simone, eles migram numa maioria muito grande para Bolsonaro. Porque são produtores, são empresários, são juristas. Esse povo não quer a esquerda no poder.