O ministro Alexandre de Moraes converteu, nesta quinta-feira (27), a prisão em flagrante do ex-deputado Roberto Jefferson em preventiva. Com isso, não há prazo determinado para que ele seja solto. O político está detido no presídio Pedrolino Werling (Bangu 8), no Complexo de Gericinó.
Jefferson foi preso em flagrante na madrugada da última segunda-feira (24), após ter atirado contra policiais utilizando fuzil e granadas, armamentos de uso restrito. Por conta desse ataque, o ex-presidente do PTB responde a um inquérito por quatro tentativas de homicídio.
O inquérito, a cargo da Superintendência da PF no Rio de Janeiro, é referente aos dois agentes feridos com estilhaços durante a resistência de Jefferson à prisão e outros dois que estavam numa viatura alvejada, mas não chegaram a ser feridos.
O ministro ressaltou na decisão que Jefferson tinha em casa mais de 7 mil cartuchos de munição compatíveis com fuzis e pistolas, o que justifica a prisão preventiva para garantia da ordem pública. "Como se vê, a manutenção da restrição da liberdade do preso, com a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, é a única medida capaz de garantir a ordem pública e a conveniência da instrução criminal", escreveu Moraes na petição.
Em depoimento, Jefferson disse ter disparado 50 tiros contra agentes da Polícia Federal que o prenderam no domingo (23), no entanto, alegou que não pretendia ferir ninguém. A defesa dele foi procurada, mas ainda não se manifestou.
O caso
O ex-deputado, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), é investigado no inquérito das milícias digitais, instaurado no Supremo Tribunal Federal, cujo ministro-relator é Alexandre de Moraes. Por conta de problemas de saúde, Roberto Jefferson estava preso em regime domiciliar desde janeiro deste ano, com uso de tornozeleira eletrônica e determinação judicial que proibia qualquer comunicação exterior, inclusive participação nas redes sociais, o que vinha reiteradamente sendo descumprido.
Um vídeo com xingamentos contra a ministra Cármen Lúcia foi o estopim para um mandado de revogação da prisão domiciliar. Ao cumprirem a ordem, policiais federais foram atacados pelo ex-parlamentar, que, por isso, foi preso em flagrante por tentativas de homicídio contra os agentes.