O candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul Hamilton Mourão (Republicanos) defendeu nesta segunda-feira (12) que é o único dos postulantes ao cargo que é efetivamente de direita, conservador e competitivo. Mourão foi entrevistado no programa Timeline, da Rádio Gaúcha, que ouviu os candidatos ao Senado pelo Rio Grande do Sul nas últimas duas semanas.
— Eu tenho procurado me apresentar como o verdadeiro candidato da direita. A direita é um grupo conservador porque entende que tradição e experiência são fundamentais. Pela democracia, pelo capitalismo, pela liberdade econômica, pelo Estado de Direito, e pela ação da sociedade civil junto aos seus representantes — disse Mourão.
Questionado diretamente sobre o cenário de disputa com outros candidatos de direita, Mourão alfinetou Ana Amélia Lemos (PSD) e Comandante Nádia (PP):
– A candidata Ana Amélia já esteve ligada com a Manuela D'Ávila (PCdoB). É mais flexível com ligações com o outro lado da política. A Nádia eu não entro em comentários porque tem uma quantidade de votos bem pequena, não é o caso de ficar discutindo isso aí.
Mourão tem sido alvo, por parte de adversários políticos, de críticas por ter a sua trajetória pessoal ligada ao Rio de Janeiro e não ao Rio Grande do Sul. Ao responder sobre o tema, o candidato do Republicanos reforçou que é gaúcho e minimizou a importância dos seus laços com o Rio de Janeiro para a disputa eleitoral.
— Essa história de que eu não sou gaúcho… Tá aqui, naturalidade: Porto Alegre. Porto Alegre fica onde? Rio Grande do Sul. Eu saí do Rio Grande do Sul pela primeira vez com oito para nove anos de idade. Fui morar no Rio de Janeiro e tinha um tio flamenguista. Criei essa identidade com o Flamengo. Agora isso não tem nada a ver uma coisa com a outra — argumentou.
Questionado sobre o futuro do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), assinado pelo Rio Grande do Sul no último ano, Mourão defendeu uma renegociação do contrato:
— O RRF é ruim, mas podia ser pior. Eu (se vencer a eleição), como senador, estou pronto para auxiliar o Rio Grande do Sul para uma renegociação, no sentido de que se respeite a capacidade de pagamento do Estado.
Ao longo da entrevista, Mourão evitou fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao governo federal. Ao comentar a gestão de saúde durante a pandemia, por exemplo, Mourão afirmou apenas que o governo teve “falhas de comunicação”.
O concorrente ao Senado também minimizou o fato de não ter sido escolhido por Bolsonaro para ser candidato a vice-presidente em 2022, como foi em 2018:
— Isso aí faz parte. Sempre houve a busca de uma dicotomia entre eu e o presidente Bolsonaro. Temos a concordância total em relação aos princípios e valores, mas cada um tem o seu estilo. O presidente tem o seu estilo, e eu tenho outro.
Ouça a entrevista na íntegra: