Seis candidatos ao governo do RS participam de um debate promovido pela TV Pampa, na noite desta sexta-feira (9). Conduzido pelo jornalista Paulo Sérgio Pinto, o encontro teve início às 22h com transmissão via televisão, rádio e internet, encerrando às 23h50min.
Participam do debate os candidatos Ricardo Jobim (Novo), Vicente Bogo (PSB), Vieira da Cunha (PDT), Luiz Carlos Heize (PP), Roberto Argenta (PSC) e Edegar Pretto (PT). Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) não compareceram.
As duas primeiras rodadas foram de perguntas e respostas entre os candidatos, com direito a réplica e tréplica. A ordem dos embates foi definida por sorteio. O primeiro bloco foi pautado por críticas às ausências de Onyx e Leite.
O primeiro a perguntar foi Ricardo Jobim que direcionou um questionamento acerca do IPE para o candidato Vicente Bogo. A escalada da criminalidade no RS pautou as discussões entre os candidatos Vieira da Cunha e Roberto Argenta.
No segundo bloco, Bogo e Argenta debateram sobre o programa de concessão de rodovias promovido pelo governo de Leite. Na sequência, Vieira da Cunha e Jobim trouxeram seus pontos de vista sobre investimentos na área da saúde, especificamente nos aportes direcionados a hospitais. Jobim destacou que a destinação de valores para a área é um dos motivos pelos quais o Novo é contra o fundo partidário.
Edegar Pretto e Vieira da Cunha comentaram sobre as privatizações da Corsan e do Banrisul. Vieira apontou que o Rio Grande do Sul precisa de um governador, "não de um leiloeiro", criticando Leite. Pretto garantiu que, em uma possível eleição, não haverá privatização do patrimônio público.
Heinze questionou Pretto sobre propostas para a educação. O candidato do PT afirmou que vai trabalhar por "uma escola acolhedora que valorize os professores e professoras". Já Heinze prometeu investir em parcerias entre escolas e universidades para qualificar o ensino do Estado.
Pretto questionou Bogo sobre suas perspectivas com relação à educação básica. O candidato do PSB defendeu integração entre as esferas estadual e federal para a melhoria e continuidade na educação de crianças e jovens.
Heinze apontou demora em filas de espera de hospitais ao questionar Vieira da Cunha sobre suas propostas para a saúde. Em réplica, o pedetista criticou o governo federal e recomendou que Heinze pedisse apoio ao presidente Jair Bolsonaro, relembrando o termo "gripezinha", utilizado por ele para se referir à covid-19.
— O Olívio não fez, o Tarso não fez, o Lula não fez, a Dilma não fez —disse Vieira da Cunha ao questionar a Pretto se o PT havia feito uma autocrítica com relação aos Cieps (Centros Integrados de Educação Pública).
— Em que mundo tu vive que não viu os investimentos que os governos do PT fizeram na área da saúde? — replicou o petista.
Heinze abriu a terceira rodada comentando com Jobim sobre o julgamento de Lula, que ele afirma não ter sido inocentado. O candidato do partido Novo disse que, como advogado, faria uma análise meramente jurídica do caso, afirmando que Lula foi inocentado por questões processuais não por análise de mérito, mediante suspeição do juiz Sérgio Moro apontada pelo STF.
Vicente Bogo indagou Pretto sobre sua percepção sobre o regime de recuperação fiscal, do qual é defensor. Antes de respondê-lo sobre o tema, Pretto chamou Heinze de "cloroquina" e disse que ele deveria ter vergonha de falar de Lula, uma vez que "o governo Bolsonaro está mergulhado em corrupção". O petista acrescentou que, ao assumir o poder, Lula promoverá um novo pacto com os Estados para resolver a situação fiscal do país.
Pretto abordou o retorno do Brasil ao mapa da fome com Argenta, que afirma que trabalhará pela geração de empregos para criar novas oportunidades. Questionado sobre o tema educação por Vieira da Cunha, Bogo defendeu a valorização dos professores e afirmou que é preciso investir em melhorias nas escolas e na formação tecnológica dos jovens.
Ricardo Jobim questionou Vieira da Cunha sobre suas propostas para combater a violência doméstica e feminicídios. Jobim afirmou que o Novo tem uma proposta trazida do Exterior de um protocolo de identificação de risco para identificação de mulheres sujeitas à violência doméstica. Cunha acrescentou que o uso de câmeras nos uniformes seria uma alternativa também para evitar casos de violência policial, mencionado a morte de Gabriel Marques Cavalheiro.
Antes de encerrar o debate, os candidatos tiveram direito a um minuto para as considerações finais.