Integrantes da Missão de Observação da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore), que atuará como observadora das eleições de outubro no Brasil, falaram nesta quarta-feira (3) sobre os desafios em torno do pleito de 2 de outubro. Além das fake news e da polarização em meio à campanha eleitoral, que oficialmente inicia em 16 de agosto, os observadores demonstraram preocupação com relação aos questionamentos à segurança das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral.
— Hoje, o mundo todo está olhando para o Brasil e seu processo eleitoral. O Brasil tem uma das maiores democracias do continente, é uma das mais importantes economias da América Latina e é um exemplo de sistema eleitoral — disse o chefe da missão, Lorenzo Córdova, em coletiva de imprensa em um hotel de Brasília.
Córdova, ao responder a uma pergunta sobre a possibilidade de ataques mais contundentes ao sistema eleitoral, ressaltou que "a certeza da democracia não existe em lugar algum" e ainda considerou o papel das instituições na manutenção do Estado Democrático de Direito:
— Quero crer que haverá uma eleição normal e não uma ruptura institucional. Para isso, as instituições, os partidos, a imprensa e a sociedade civil devem cumprir com o seu papel democrático.
A Uniore e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmaram na terça-feira (2) um acordo de observação das eleições. Este é o terceiro convênio para permitir o envio de missões internacionais para acompanhar o processo eleitoral. Os integrantes da missão estão se reunindo com entidades que fazem parte da fiscalização do processo eleitoral, como a Polícia Federal, com a qual o encontro ocorreu nesta quarta. O organismo também está solicitando reunião com o Ministério da Defesa, mas ainda não obteve uma resposta. Os integrantes da missão consideram a urna eletrônica exemplo para o continente.
Missões de observação
Além da Uniore, representantes do Parlamento do Mercosul (Parlasul) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) foram autorizados pelo TSE a realizarem missões de observação. De acordo com a Corte, ainda está prevista a participação de oito missões de entidades nacionais e foram convidadas para atuar como observadoras das eleições a Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Rede Mundial de Justiça Eleitoral e a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (Ifes).
Não é a primeira vez que observadores internacionais acompanham o processo eleitoral no país. Em 2018 e 2020, missões da OEA acompanharam a votação.