Em sua primeira manifestação como prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) resgatou sua história, lembrando de sua chegada à Capital, e aproveitou para agradecer o município que o acolheu e os partidos que o apoiaram na trajetória que, agora, o leva ao Paço Municipal. Em pronunciamento no Centro, diante de uma militância efusiva, Melo afirmou que quer retribuir em dobro tudo o que Porto Alegre lhe deu de oportunidades.
— Estava vindo (de Goiás) e, quando cheguei à rodoviária, em 1978, desci de ônibus e vim vencer na vida nesta cidade — afirmou o prefeito eleito, lembrando de seus primeiros passos em solo gaúcho.
— Caminhei pela Voluntários (da Pátria), entrei na Borges (de Medeiros), fui na casa do estudante universitário. Fui morar na Fernando Machado, trabalhei em uma lancheria, carreguei caixas na madrugada na Ceasa. (Depois) me tornei um advogado combativo nesta cidade. Esta cidade me fez vereador três vezes, presidente da Câmara, vice-prefeito, deputado, hoje prefeito eleito. Obrigado, Porto Alegre!
Melo afirmou que, no caminho entre sua casa e o Centro, telefonou para o atual prefeito, Nelson Marchezan, e prevê uma transição pacífica de cargo.
— É hora de paz. Vamos fazer uma transição pacífica. Acabei de ligar para o prefeito Marchezan antes de vir para cá, e ele vai nos receber amanhã (segunda-feira) de tarde, em um sinal de que a gente começa a transição amanhã mesmo. Um prefeito tem que olhar para a frente, e é o que nós vamos fazer.
Melo disse que, em uma campanha marcada pelos desafios econômicos, "as ideias venceram o poderio financeiro", em referência à arrecadação maior da adversária Manuela D’Ávila (PCdoB).
O emedebista agradeceu, logo nas primeiras palavras como prefeito eleito, aos partidos aliados. Citou o ex-prefeito José Fortunati (PTB) e também o PSDB, partido que o apoiou quando seu nome foi escolhido para disputar o segundo turno.
Também citou, nominalmente, apoiadores de sua campanha como o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), o deputado federal Bibo Nunes (PSL), o vereador recém-eleito Alexandre Bobadra (PSL) e o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo).
— Um prefeito tem que olhar para a frente, e é o que nós vamos fazer. O governo do Estado e a prefeitura vão caminhar juntos para resolver problemas de Porto Alegre. E quero que agendem uma visita ao presidente (da República, Jair Bolsonaro) na quarta-feira (2), quero visitar o presidente. Nós queremos governar com união. Ideologia não resolve problemas, o que resolve é comprometimento, competência, trabalho e seriedade na coisa pública.
Melo foi eleito com 54,63% dos votos válidos, contra 45,37% de Manuela. Nesta segunda-feira (30), ele pretende dar a largada no processo de transição com o prefeito Marchezan. Depois de José Fogaça, que renunciou ao cargo em 2010 para concorrer a governador do Estado, o MDB volta a comandar a cidade a partir do histórico prédio da prefeitura, localizado na Praça Montevidéu.
O emedebista já anunciou que, tão logo assumir o cargo em 1º de janeiro de 2021, suas primeiras medidas serão dedicadas ao setor econômico, com o cancelamento dos aumentos do IPTU e o lançamento de um programa de microcrédito para incentivar a abertura e manutenção de negócios em meio aos efeitos da pandemia.