Pouco mais de 24 horas depois de renunciar à candidatura a prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PTB) pediu, nesta quinta-feira (12), que seus eleitores votem em Sebastião Melo (MDB). O vídeo, gravado na mesma produtora onde anunciou a retirada de sua candidatura, foi compartilhado primeiro no perfil do emedebista no Twitter, e, mais tarde, pelo perfil de Fortunati.
— Ele foi meu vice, conhece a cidade e está preparado para ser prefeito. É hora de união. É hora de colocar Porto Alegre em primeiro lugar — diz o ex-candidato na mensagem.
Na gravação, Fortunati voltou a justificar sua renúncia com o argumento da "insegurança jurídica" e agradeceu as "manifestações de solidariedade e carinho" dos apoiadores. O apoio explícito do candidato também ocorre depois de seu partido, PTB, ter anunciado adesão à campanha de Melo, em ato na tarde de terça-feira (11), sem a presença do ex-prefeito.
Presidente do PTB em Porto Alegre, Everton Braz considerou a decisão um desdobramento "natural" da renúncia:
— Ele (Fortunati) é homem partidário e respeita as decisões. Tudo foi decidido em conjunto, ele fez parte das decisões. Hoje fez a sua parte declarando o apoio de acordo com a decisão partidária.
Fortunati renunciou à candidatura na manhã de quarta-feira, dois dias depois de o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) indeferir a candidatura de seu vice, André Cecchini (Patriota), por ter se filiado após o prazo estipulado pela justiça eleitoral. Como não havia mais tempo para substituir o vice, a decisão poderia inviabilizar a chapa, que corria risco de ter os votos anulados.
O autor do recurso contra a chapa de Fortunati é um candidato a vereador do PRTB, partido que integra a coligação de Melo, o que provocou estranheza no candidato do PTB.
Desde o anúncio do indeferimento, na segunda-feira, lideranças do PTB e do MDB discutiam a possibilidade de renúncia e adesão à campanha de Melo, que foi vice de Fortunati entre 2013 e 2016. A aliança foi comunicada oficialmente sem a presença de Fortunati, que, na tarde de quarta-feira, disse ainda "não saber" se explicitaria apoio ao candidato emedebista.