O novo prefeito ou prefeita de Porto Alegre terá uma missão fundamental para os próximos anos: encaminhar a revisão do Plano Diretor do município, tarefa cíclica que deve ser cumprida uma vez a cada 10 anos para ajustar as regras de desenvolvimento da cidade às novas circunstâncias.
Esse é um tema polêmico por natureza por envolver discussões sobre que tipo de empreendimento pode se instalar em determinados locais, que alturas os prédios podem ter em diferentes áreas e o quanto a cidade pode se adensar em uma região ou outra, por exemplo - aproveitando a infraestrutura já instalada, mas também aumentando a demanda local por mobilidade, esgoto, entre outros serviços.
O debate coloca em posições divergentes como o Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado (Sinduscon-RS) e o departamento gaúcho do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS).
- O plano atual deixou tudo muito flexível. Tinha-se a ideia de dar mais altura aos prédios junto às grandes avenidas, mas isso foi retirado e se começou a construir com qualquer altura em qualquer lugar da cidade. Isso afeta a drenagem urbana, por exemplo. Hoje se constrói qualquer coisa em qualquer lugar - critica o presidente do IAB-RS, Rafael Passos.
O presidente do Sinduscon, Aquiles Dal Molin Júnior, vai em sentido oposto:
- É fundamental que sejam flexibilizados os limites de altura das edificações, dos afastamentos e recuos das mesmas, bom como sejam permitidos índices de adensamento construtivo bem acima dos níveis atuais, que limitam a viabilidade dos investimentos, encarecem as habitações, empobrecem a arquitetura e exigem maior investimento público em infraestrutura.
O trabalho da futura gestão da Capital será negociar um meio-termo entre as diferentes visões sobre os rumos do urbanismo no município.