Uma possível fraude durante a votação no Colégio Estadual Henrique Emílio Meyer, em Caxias do Sul, no final da manhã deste domingo (15), será apurada pela Justiça Eleitoral. Ao chegar na seção, em uma das salas da escola, David Guilherme dos Passos Esteves, 40 anos, foi impedido de votar pelo mesário, que alegou que ele já havia participado do pleito.
— Cheguei na seção, passei álcool gel e aí pediram a minha identidade. Entreguei para o mesário, ele conferiu e disse: "opa, já tem teu voto". Eu respondi: "não, cheguei aqui agora". Aí ele girou o caderno com as assinaturas e mostrou que já tinha uma do lado do meu nome. Só que a assinatura era totalmente diferente da minha. Aí eu pedi autorização e filmei. Coloquei a minha identidade do lado e mostrei as duas. A minha, que estava no meu documento, e a que estava no caderno, bem diferentes. Aí ele me disse: "Então não sei o que aconteceu. Ou assinaram no local errado ou alguém se passou por ti" — explicou Esteves.
O mesário, então, chamou o presidente da seção, que fez uma ata relatando o que tinha acontecido. Esteves acompanhou o processo e disse que queria votar, mas foi impedido.
— A Justiça Eleitoral me disse que eu não vou poder votar e que vai ser aberto um processo, que vai para a Polícia Federal, vai ter um trâmite legal, mas eu perdi meu direito de voto. É inadmissível. A votação é uma das únicas coisas que a gente pode fazer para tentar mudar a nossa cidade, o nosso país e o Estado, e eu não vou poder exercer o meu direito hoje — reclama.
A juíza eleitoral Luciana Fedrizzi Rizzon afirma que uma investigação será aberta:
— Uma pessoa votou por engano com outro nome. Somos humanos e o pessoal falhou. Se apurarmos algo fraudulento, será aberto inquérito. Quero acreditar que não foi fraude, que foi falha mesmo.