Além de ser o maior colégio eleitoral do Rio Grande do Sul, com cerca de 1 milhão de votantes, Porto Alegre se destaca nas estatísticas do eleitorado em pelo menos quatro aspectos, que conferem singularidade à metrópole na disputa por votos.
Em primeiro lugar, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o percentual de mulheres aptas a votar chega a 55% na Capital — são 107,8 mil a mais do que os homens. Ou seja: elas têm poder de decisão maior do que o observado no Estado, onde a proporção feminina é de 52,5%.
No quesito escolaridade, Porto Alegre também se sobressai. Conforme o TSE, 16,5% dos votantes dizem ter concluído o Ensino Superior, bem acima dos 10,65% do Estado.
Os dois fatores, segundo o estatístico Pedro Zuanazzi, estão conectados.
— O elevado percentual de mulheres votantes em Porto Alegre bate com as estimativas populacionais. A Capital tem o maior percentual de mulheres entre todos os municípios com mais de 20 mil habitantes no Estado. Isso se deve ao fato de as mulheres terem escolaridade maior do que os homens. Há um incentivo para que elas busquem a Capital para estudar — afirma o diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE).
Outro diferencial: o eleitorado com idade a partir de 60 anos equivale a 28,3% do total da cidade. No Rio Grande do Sul, a taxa é de 25%.
Por fim, ainda que o índice desconsidere uniões informais, a fatia de eleitores registrados como solteiros também é maior na Capital do que no Estado, atingindo 64,5%.
Tudo isso, na avaliação de Sérgio Trein, doutor em Comunicação Política, deve estar no radar das campanhas na hora de definir a melhor forma de abordagem.
— São dados que permitem conhecer melhor o eleitor e traçar estratégias para dialogar com ele. As mulheres, por exemplo, representam parcela importante e merecem atenção dos candidatos. Com os idosos, vale o mesmo. Isso pode, inclusive, decidir a eleição — diz Trein, que integra o grupo de pesquisa Comunicação Eleitoral, na Universidade Federal do Paraná (UFPR).