O É isso mesmo?, mecanismo de checagem de GZH, entra em nova fase nesta segunda-feira (28), com foco na cobertura eleitoral. Para isso, ganha o reforço dos repórteres do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que conferem as declarações dos candidatos à prefeitura de Porto Alegre no primeiro debate da campanha eleitoral, realizado na Rádio Gaúcha.
Participaram do debate, mediado por Daniel Scola, os candidatos Fernanda Melchionna (PSOL), Gustavo Paim (PP), João Derly (Republicanos), José Fortunati (PTB), Juliana Brizola (PDT), Júlio Flores (PSTU), Luiz Delvair (PCO), Manuela D'Ávila (PCdoB), Montserrat Martins (PV), Nelson Marchezan (PSDB), Rodrigo Maroni (PROS), Sebastião Melo (MDB) e Valter Nagelstein (PSD).
Confira, abaixo, declarações checadas pelos jornalistas Carlos Rollsing, Eduardo Matos, Guilherme Justino, Jocimar Farina, Juliana Bublitz, Marcelo Gonzatto e Maria Maurente, com apoio do editor Leandro Brixius.
Valter Nagelstein (PSD)
É inaceitável que Porto Alegre esteja no 25° lugar no Ideb do Brasil, entre 27 capitais brasileiras. Curitiba em 4°, Florianópolis em 7°, e Porto Alegre em 25°.
É verdade
Com índice de 4,9, a rede municipal de Porto Alegre ficou abaixo da meta de 5,6 estipulada para os anos iniciais do Ensino Fundamental em 2019 pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), um dos principais indicadores da qualidade do ensino no Brasil. Entre as capitais, Porto Alegre ficou mesmo em 24° ou 25° lugar, empatada com Natal, no Rio Grande do Norte, e acima apenas de Aracaju, no Sergipe. Os dados referem-se somente à rede municipal, não considerando os resultados das redes federal, estadual e privada na capital gaúcha. A evolução foi de 0,3 em relação ao Ideb 2015, que também ficou abaixo do objetivo definido pelo Ministério da Educação (MEC) para aquele ano.
A afirmação de Nagelstein carece apenas de detalhamento: a posição mencionada refere-se aos anos iniciais do Ensino Fundamental, do 1° ao 5° ano. Mas essa é justamente a etapa da educação em que a rede municipal se faz mais presente. Em relação aos demais níveis, a rede municipal de Porto Alegre ficou em 21° lugar nos anos finais do Ensino Fundamental — do 6° ao 9° ano —, etapa de ensino em que a rede estadual passa a admitir mais alunos. E, levando em conta toda a rede pública (federal, estadual e municipal), Porto Alegre ficou na 17ª colocação entre as capitais brasileiras no Ensino Médio, empatada com Maceió, com índice de 3,8.
Valter Nagelstein (PSD)
Porto Alegre se pauta por uma característica: é a capital do Brasil que tem mais microcervejarias.
É verdade
De acordo com levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura e publicado no Anuário da Cerveja de 2019, no ano passado Porto Alegre contava com 39 cervejarias, um número 11,4% maior do que em 2018, quando eram 35 estabelecimentos do tipo na Capital. A cidade está à frente de capitais como São Paulo, que tinha 27 cervejarias, e Rio de Janeiro, com 13. Em 2020, já são 44 cervejarias em Porto Alegre.
Na disputa entre os Estados, o Rio Grande do Sul perdeu para São Paulo, em 2019, a liderança que ocupou nos anos de 2018 e 2017. No ano passado, eram 241 cervejarias paulistas contra 236 gaúchas. Ainda assim, Porto Alegre segue no topo quando se trata de cidades com mais estabelecimentos do tipo no país.
Critérios de classificação
É verdade
A informação está correta e corresponde a dados e estatísticas oficiais.
Não é bem assim
Apenas parte da sentença está correta.
Não procede
O interlocutor está equivocado na informação que afirma.
Regras da de checagem
- Se a variação for de até 10%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "É verdade"
- Se a variação for acima de 10% e até 30%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "Não é bem assim"
- Se a variação superar 30%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "Não procede"