O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, reagiu nesta quarta-feira (10) à confirmação de Jair Bolsonaro (PSL) de que não participarrá do debate da TV Bandeirantes, nesta semana. Ao ser informado que o adversário alegou restrições médicas a situações de estresse, Haddad disse que aceita ir até uma enfermaria para debater.
— Eu vou até a uma enfermaria na boa, para fazer o debate. Ele falou que não quer se estressar? Vou falar docemente, nem altero a voz. Faço o que ele quiser para ele dizer o que pensa — afirmou Haddad, ao ser informado do cancelamento do debate enquanto concedia entrevista à imprensa estrangeira.
— Os brasileiros precisam saber a verdade — emendou o ex-prefeito.
O candidato do PT também se queixou de fake news lançadas contra sua campanha e afirmou já ter obtido na Justiça o direito de retirar 33 vídeos do ar. Embora tenha ponderado que o peso das notícias falsas tende a ser menor neste segundo turno, ele reforçou que é necessário o debate direto entre candidatos.
— Essa turma da extrema direita não tem pudores em jogar pesado, jogam com o que estiver na mão, passam em cima da sua honra, da sua família — disse.
Haddad afirmou ainda que visitará nesta quinta-feira (11) a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para "conter as mentiras" que seu "adversário está jogando na internet". E engatou: "Não precisamos mentir sobre Bolsonaro, só mostrar como ele pensa."
Guedes
Haddad evitou comentar a investigação do Ministério Público Federal em Brasília contra o guru de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, por suposto envolvimento em fraudes.
O ex-prefeito disse não ter tomado conhecimento sobre os detalhes da denúncia e, portanto, disse preferir não se pronunciar.
— Não li a denúncia, então não posso me manifestar — afirmou o ex-prefeito, voltando a detalhar o perfil que espera para seu próprio ministro da Fazenda.
— O que eu posso assegurar é que no Ministério da Fazenda do meu governo não será um banqueiro. Não tem Paulo Guedes não tem banqueiro no meu governo. Na Fazenda tem que ser alguém comprometido com produção e com geração de emprego — prosseguiu.
Questionado sobre seu próprio perfil, Haddad disse que é conhecido "como uma pessoa de grande moderação".
— Sou amante da liberdade, mas passamos do limite da desigualdade — concluiu.