Jair Bolsonaro, presidenciável pelo Partido Social Liberal (PSL), não conseguiu apenas um resultado expressivo nas urnas (cerca de 49,2 milhões de votos válidos, o que corresponde a 46,03%), mas também garantiu visibilidade inédita para sua sigla, fundada em 1994. A eleição de 2018 transformou o partido do ex-capitão, até então nanico, no segundo maior em número de deputados federais: 52 — no pleito de 2014 apenas um havia sido eleito.
O PSL – legenda de Bolsonaro desde março – tem hoje oito representantes. Isso porque parlamentares migraram para a agremiação no decorrer dos mandatos, seduzidos pela popularidade do presidenciável que está no segundo turno.
O PT continua sendo a maior bancada da Câmara com 56 deputados, embora tenha perdido representatividade em relação à votação anterior, quando conquistou 69 das 513 cadeiras na casa.
Vale ressaltar que o tamanho das bancadas ainda não está fechado, pois alguns Estados não oficializaram a distribuição de vagas de acordo com as regras do quociente eleitoral.
O Rio de Janeiro foi o Estado que mais elegeu deputados pelo PSL (12), seguido por São Paulo (10), Minas Gerais (6), Santa Catarina (4) e Rio Grande do Sul (3). Os gaúchos que venceram pelo partido são Bibo Nunes, Nereu Crispin e Sanderson. Em São Paulo, o ator Alexandre Frota também se elegeu graças ao protagonismo de Bolsonaro.
Força também no Senado
Já no Senado, o PSL, que não tinha nenhum eleito, contará, a partir de janeiro, com quatro representantes. Entre eles, Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável, que conquistou a primeira das duas vagas pelo Rio de Janeiro com 32% dos votos (mais de 4,2 milhões de votos). Foi uma votação considerável, levando-se em conta que o senador mais votado da história do Estado, o ex-jogador Romário, registrou cerca de 4,6 milhões de votos em 2014. Naquele ano, Flávio tinha sido reeleito para o quarto mandato como deputado federal com 160.359 votos.
A visibilidade de Jair Bolsonaro também impulsionou a vitória do outro filho que disputou a Eleição 2018. Eduardo Bolsonaro conquistou mais de 1,8 milhões de votos para deputado federal, tornando-se o parlamentar mais votado da história da Câmara. Ele bateu o recorde de Enéas Carneio, do Prona, que teve mais de 1,5 milhões votos em 2002.
Caminho parecido trilhou a advogada e professora Janaína Paschoal, também do PSL. Uma das articuladoras do impeachment de Dilma Rousseff (PT), a jurista tornou-se a deputada estadual mais votada na história do país. Ela levou uma das vagas na Assembleia Legislativa de São Paulo com mais dois milhões de votos. Até então, o deputado estadual com maior número de votos era de Fernando Capez (PSDB), reeleito em 2014 com 306.268 votos.
O PSL também conseguiu emplacar para o segundo turno três candidatos a governador: o Coronel Marcos Rocha, em Rondônia, o Comandante Moisés, em Santa Catarina, e Antonio Denarium em Roraima.
Por outro lado, houve partidos que sofreram fortes revezes na eleição de 2018. O MDB e PSDB são exemplos. A sigla do presidente Michel Temer elegeu 34 deputados, contabilizando redução de 31 comparação com 2014. Os tucanos conseguiram emplacar 29 candidaturas (25 a menos do que na última votação).