Tão logo foram definidos os resultados do primeiro turno, os postulantes ao governo do Estado começaram as tentativas de captar a adesão dos candidatos ao Planalto que marcham ao segundo turno. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (8), Eduardo Leite (PSDB)– que disputa o Piratini com José Ivo Sartori (MDB) – não se mostrou totalmente satisfeito com o palanque nacional, de Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL).
— É um segundo turno difícil. Eu não me sinto representado integralmente em nenhuma das candidaturas — afirmou.
— Do lado do PT, a postura ideológica, do ponto de vista econômico, gerou 13 milhões de desempregados, desequilíbrio das contas, que gera desconfiança econômica; com desvios de ética graves (...). De outro lado, a outra candidatura de Jair Bolsonaro tem posição com relação a mulheres, diversidade religiosa, racial, de orientação sexual e de gênero que também me preocupam e não correspondem ao que penso. Acredito num Estado tolerante, com foco na igualdade — explicou.
De acordo com Leite, o partido irá discutir internamente sobre o apoio aos candidatos, mas frisou que “o retorno do PT ao poder é muito pior do que as questões dos posicionamentos do Bolsonaro”. Além disso, o candidato afirmou que deve atender à posição dos números do Estado, que apontaram, posição favorável a Jair Bolsonaro no último domingo (7).
— É importante mostrar que a população está querendo ordem, postura firme de governo, regras para conviver melhor. Continuo leal às minhas convicções, mas vamos identificar o caminho — disse.
Questionado sobre a afirmação de Sartori, de que as duas candidaturas comprovam que não há imposição sobre a atual gestão, já que “ o PSDB teve sua participação até o começo deste ano”, Leite discordou. Para o candidato, “falta um projeto de desenvolvimento e o governo ficou refém das finanças”:
— Participamos do governo não para ajudar o governo ou o governador, mas para ajudar o Estado do Rio Grande do Sul. Saímos do governo justamente porque entendemos que o Estado não pode se contentar com o pouco que está aí. Se em 2015 foi o caminho melhor que o PT, agora não é mais a solução a simples repetição.