O Ministério Público do Trabalho (MPT) obteve neste sábado (6) liminar contra uma empresa que estaria coagindo seus trabalhadores a votar em determinado candidato à Presidência. A liminar tem como demandado o Grupo K1, de nome fantasia Móveis Kappesberg, que, de acordo com o MPT, enviou e-mail aos empregados conclamando para votarem em determinado candidato.
A Justiça do Trabalho determinou que a Kappesberg "abstenha-se, por si ou por seus prepostos, de adotar quaisquer condutas que, por meio de assédio moral, discriminação, violação da intimidade ou abuso de poder diretivo, intentem coagir, intimidar, admoestar e/ou influenciar o voto de quaisquer de seus empregados em eleições políticas".
A Kappesberg também deverá divulgar um comunicado por escrito na sua página oficial no Facebook, até o início do horário da votação do primeiro turno das eleições, às 8h de domingo, com objetivo de cientificar os empregados quanto ao seu direito de escolher livremente candidatos a cargos eletivos, bem como quanto à ilegalidade de se realizar campanha pró ou contra determinado candidato.
A reportagem verificou que até 21h15min de sábado a empresa ainda não havia feito a publicação. GaúchaZH entrou em contato com a Kappesberg por meio de formulário em seu site, mas ainda não recebeu um posicionamento.
O MPT-RS havia recebido, até a tarde desta sexta-feira (5), 17 denúncias contra oito empresas por supostos casos de coação eleitoral. A prática é caracterizada pela pressão feita por empresários para que funcionários sigam orientações políticas e votem em determinado candidato. No Brasil, houve pelo menos 120 denúncias até o momento. O MPT informa que os registros nacionais cresceram "exponencialmente" na última semana antes do primeiro turno das eleições.