O Parque da Redenção, em Porto Alegre, recebeu manifestantes contrários ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), na tarde deste sábado (20). O ato, que reuniu ativistas de grupos LGBTQ+ e feministas, além de representantes de entidades de trabalhadores e políticos de partidos de esquerda, recebeu o nome de "Mulheres Contra Bolsonaro", em eco ao movimento #EleNão, que havia promovido evento no mesmo local há cerca de um mês.
De cima do carro de som estacionado em frente ao Monumento ao Expedicionário, a candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad (PT), Manuela D'Ávila, deu o último depoimento do ato – antes dela, falaram ao público Abigail Pereira, que se candidatou ao Senado pelo PCdoB, a deputada federal eleita Fernanda Melchionna (PSOL) e Luciana Genro (PSOL).
— Estamos diante da mais importante eleição que todos nós vivemos. A escolha é entre a democracia e a liberdade ou a ditadura, a opressão e a tortura. Precisamos conversar com todas as pessoas que cruzarem nosso caminho — disse Manuela.
O ato deste sábado foi o resultado da união de três manifestações que estavam previstas para acontecer em Porto Alegre. O coletivo Mulheres Contra Bolsonaro, movimentos LGBTQ+ e o Comitê Suprapartidário da candidatura de Haddad acabaram reunindo os três eventos em um só, na Redenção. Nos discursos, a reportagem feita pela Folha de S.Paulo – de que mensagens contra o PT estariam sendo disseminadas massivamente com financiamento de empresários – foi lembrada constantemente:
— É um projeto baseado em fake news. Bolsonaro sempre diz que é contra a corrupção, mas caixa dois é corrupção — disse Fernanda Melchionna.
Entre o público, havia as bandeiras de partidos e de entidades representativas de trabalhadores, como a CUT. Grande parte dos presentes, porém, não tinha ligação com qualquer entidade.
— Vim por incentivo do meu filho, que se identifica com as propostas do Haddad e, mais do que isso, não concorda com as declarações do Bolsonaro — explicou o analista de logística Gilberto Matheus, 58 anos, que assistia de longe, com adesivos de #EleNão, ao discurso de Manuela.
No fim da tarde, os manifestantes saíram em passeata até o Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa.