A cinco dias do primeiro turno das eleições, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso encabeça um manifesto em defesa da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) que será lançado nesta quarta-feira (3), e reúne 91 assinaturas.
Além de FHC, entre os signatários estão o economista Samuel Pessoa, o cientista político Rubens Figueiredo, o cineastas João Batista de Andrade, o administrador Guilherme Setúbal e o educador Cláudio Moura e Castro. Os organizadores são Rubens Figueiredo, Antonio Lanzana, Gustavo Dedivitis, José Álvaro Moisés e Roberto Macedo.
O texto diz que o Brasil precisa de um "compromisso radical com a democracia" e defende a realização de reformas. A iniciativa ocorre em um momento delicado para a campanha de Alckmin, que na mais recente pesquisa Ibope apareceu com 8% das intenções de voto. Segundo levantamento do Datafolha divulgado nesta terça-feira (2), o tucano oscilou para baixo - de 10% para 9%.
Centro
O iniciativa do manifesto ocorreu depois que fracassou a última tentativa de evitar a fragmentação dos partidos do "centro" na eleição presidencial. Em maio, lideranças de PSDB, DEM, MDB e PTB uniram esforços para articular um palanque único na disputa, em um movimento que teve a chancela do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A proposta, no entanto, não foi adiante porque nenhum dos candidatos se dispôs a abrir mão da própria candidatura.
Tentativa
Em setembro, a consolidação da liderança de Jair Bolsonaro (PSL) e o crescimento de Fernando Haddad (PT) nas pesquisas levou o PSDB a fazer um apelo a Fernando Henrique para que ele articulasse a retomada do movimento Polo Democrático, que tentava atrair os candidatos do centro ao palanque tucano para evitar a polarização. A iniciativa, porém, esbarrou no ceticismo de aliados e novamente resistência dos candidatos em abrir mão da disputa.
Após o fracasso da segunda tentativa, a campanha de Alckmin partiu para uma estratégia agressiva de usar os comerciais do horário eleitoral para buscar diretamente o eleitor de Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e João Amoedo (Novo) com o argumento do voto útil.
A cartada final da campanha tucana foi apelar para o "medo" da volta do PT e pregar que votar em Bolsonaro significaria carimbar o passaporte para a volta do partido de Lula ao poder. "Você vê que o PT poupa o Bolsonaro, porque tudo o que o PT quer é ter o candidato de maior rejeição no segundo turno", afirmou o ex-governador em declarações. A campanha também reforçou o tom antipetista.