A propaganda eleitoral do segundo turno na TV começou, nesta sexta-feira (12), com uma série de ataques entre os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Ambos tentaram reduzir sua rejeição e frisar que a eventual vitória do lado oposto nas urnas trará riscos ao país. As manifestações duraram cinco minutos cada e também buscaram destacar as trajetórias pessoais dos candidatos.
A propaganda do capitão da reserva, que ficou à frente dos adversários no primeiro turno, teve início com uma comparação entre os governos do PT e os de Hugo Chávez e Nicolás Maduro na Venezuela, que enfrenta profunda crise econômica. O vídeo afirmou que as gestões petistas deixaram o Brasil "à beira de um abismo". A propaganda ainda apontou que "o vermelho jamais foi a cor da esperança" no país.
Em seguida, a transmissão apresentou um pronunciamento de Bolsonaro, que buscou dialogar com o eleitorado feminino — antes do primeiro turno, mulheres organizaram protestos contra o candidato em diversas regiões do país. Em sua manifestação, o capitão da reserva chorou ao citar a relação que mantém com sua única filha, Laura. Bolsonaro mencionou, com voz embargada, uma reversão de vasectomia feita antes do nascimento da menina.
— Mudou muito a minha vida a chegada da Laura — afirmou, antes de aparecer em vídeo brincando e pedindo o beijo da filha.
Em 2017, o candidato do PSL provocou polêmica ao afirmar que, depois de quatro filhos homens, teve "uma fraquejada", em referência ao nascimento da caçula.
Do lado oposto da disputa presidencial, a propaganda petista acusou apoiadores de Bolsonaro de serem os responsáveis por ataques supostamente motivados por questões ideológicas no país. A transmissão chegou a lembrar o recente caso da jovem de Porto Alegre que disse ter sido agredida por portar objeto com o símbolo LGBT e o termo da campanha "EleNão". Segundo o relato da garota, os homens teriam usado um canivete para marcar uma suposta suástica em sua pele.
Na sequência, a propaganda trouxe um pronunciamento de Haddad, que relatou buscar um país "de paz". A transmissão ainda destacou um pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
— Contra ataques no WhatsApp, prefiro falar a verdade — disse Haddad.
Por fim, a propaganda salientou a atuação do candidato como professor universitário, ministro e prefeito de São Paulo. Haddad prometeu, se eleito, elevar o poder de compra dos brasileiros.
— Esta campanha não é de um partido. Defenderei nosso território, nossas riquezas, nossa soberania — pontuou o ex-prefeito da capital paulista.