Submetido à intensa pressão dos aliados desde a vitória sobre José Ivo Sartori (MDB) no primeiro turno, Eduardo Leite (PSDB) foi convencido a declarar voto em Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial. Até o fim desta quarta-feira (10), o tucano deve publicar um vídeo nas redes sociais, explicando aos eleitores a posição.
A decisão foi tomada após uma reunião do conselho político da campanha, no final da manhã. Durante mais de uma hora, dirigentes e parlamentares do PP e do PSDB, além do candidato a vice Ranolfo Vieira Júnior (PTB) e do presidente do PTB, Luis Carlos Busato, discutiram o assunto.
Leite havia participado na véspera de uma reunião da executiva nacional tucana, em Brasília, e votou disposto a manter a postura adotada desde domingo: negar apoio ao PT de Fernando Haddad, mas observar discreta distância do capitão da reserva. Ao cabo, venceu o pragmatismo eleitoral.
— Entre um e outro, não tem o que escolher. A pressão era imensa — definiu um dos estrategistas da campanha.
Na conversa com os aliados, Leite voltou a ponderar que não concorda com diversas posições de Bolsonaro, sobretudo o repúdio às minorias. Convencido de que a eleição estava em risco e que muitos eleitores estavam manifestando contrariedade com as afirmações ambíguas sobre a disputa à Presidência, o tucano acabou capitulando.
— Ele está estudando agora como será feito o comunicado. É provável que ele se resuma a fazer uma declaração de que vai votar no Bolsonaro — comenta um membro do estafe tucano.