A onda de popularidade do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) se alastrou para as disputas estaduais neste ano. Dos 27 candidatos a governador que venceram no país, pelo menos 14 sinalizaram apoio ao capitão da reserva durante a campanha.
Sete deles são das regiões Sul e Centro-Oeste, onde o nome do PSL recebeu a simpatia de todos os eleitos. No Sudeste, a situação foi semelhante. Bolsonaro teve o suporte dos vitoriosos nos três principais colégios eleitorais da região (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) — no Espírito Santo, o governador eleito, Renato Casagrande (PSB), manteve-se neutro.
A partir de 2019, a possível oposição ao capitão da reserva deverá ficar concentrada no Nordeste. Nos nove Estados que compõem a região, todos os governadores eleitos manifestaram apoio a Fernando Haddad (PT), adversário de Bolsonaro no segundo turno.
Além deles, Waldez Góes (PDT), no Amapá, e Helder Barbalho (MDB), no Pará, ficaram neutros na corrida ao Palácio do Planalto. No Tocantins, Mauro Carlesse (PHS) teve posição indefinida.
O segundo turno da eleição também confirmou um país mais fragmentado em relação a 2014, no que diz respeito aos Estados. A partir do próximo ano, as 27 unidades da federação serão comandadas por governadores de 13 partidos. Em 2014, nove siglas haviam vencido pelo menos uma disputa.
Os resultados das urnas também colocaram, pela primeira vez, PSC, PSL e Novo à frente de governos estaduais. Ao longo da campanha, os nomes das três legendas buscaram colar sua imagem à de Bolsonaro para pegar carona na popularidade do militar da reserva.
Mesmo com a derrota no eleição presidencial, o PT confirmou o maior número de governadores eleitos: quatro, todos no Nordeste. Em 2014, a sigla de Haddad havia ganho cinco. Na disputa de quatro anos atrás, o MDB havia ficado no topo da lista, com sete governadores — número que caiu para três em 2018. E o PSDB saiu de cinco para três.