O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, defendeu a legitimidade e a segurança das urnas eletrônicas e rebateu as declarações do candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro. Em entrevista na última sexta-feira (28), o presidenciável afirmou que não aceitaria resultado diferente da sua eleição.
Em entrevista ao programa Gaúcha Faixa Especial, da Rádio Gaúcha, Neto informou que as urnas eletrônicas têm sido submetidas a testes de segurança constantemente. Na "esmagadora maioria", não foram detectadas falhas. Em vigor há 22 anos, o equipamento não registrou fraudes até o momento.
O ministro também declarou que os políticos que duvidam do sistema eleitoral deveriam abrir mão de seus cargos, fazendo alusão a críticas de Bolsonaro e outros candidatos. Em um vídeo ao vivo no Facebook, o presidenciável assegurou que as eleições de outubro podem resultar em uma "fraude" por causa da ausência do voto impresso.
— Seria de esperar que as pessoas que ocupam cargos públicos devolvessem os mandatos, se não acreditam na rigidez do sistema — disse o ministro.
Em entrevista à TV Bandeirantes, na sexta-feira (28), Bolsonaro revelou que não aceitaria outro resultado que não fosse sua eleição. O ministro rebateu a declaração, dizendo que é uma "irresponsabilidade" criticar o processo eleitoral após participar dele:
— Se a pessoa se elege, o sistema é bom; se não se elege, o sistema é ruim. Chega a ser uma irresponsabilidade.
Neto informou que a Justiça Eleitoral já conduziu uma série de estudos científicos sobre os benefícios da impressão do voto. Os resultados não apresentaram acréscimos à segurança em si, mas sim na "sensação" de segurança. O custo para implementar uma impressora nos equipamentos seria de pelo menos 2 bilhões de reais. Além disso, seria necessário discutir sobre como contemplar pessoas com deficiência visual ou fazer a manutenção no equipamento em caso de falhas técnicas.