O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, disse em entrevista transmitida na tarde desta sexta-feira (28) pela TV Bandeirantes que não aceita outro resultado na eleição que não seja sua vitória. Ele falou ao apresentador José Luiz Datena direto do hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado.
Ao ser questionado sobre a reação das Forças Armadas a uma hipotética vitória de Fernando Haddad (PT), Bolsonaro insinuou a existência de um plano petista para fraudar o pleito.
— Se você fosse o Lula, Datena, aceitaria ir para a cadeia sem um "plano B" no bolso? Eu não falo pelos comandantes. Mas eu não aceito resultado diferente da minha eleição — afirmou Bolsonaro.
O candidato do PSL também afirmou que pediu para o general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), vice em sua chapa, não fazer outros pronunciamentos até o final da campanha. Nos últimos dias, Mourão causou polêmica ao chamar o 13º salário de "jabuticaba brasileira" em evento na Câmara dos Dirigentes Lojistas de Uruguaiana.
— Falei, sim, para ele ficar quieto, pois está atrapalhando realmente. Um vice pode não apitar nada, mas às vezes atrapalha muito. Ele fala essas coisas, muitas vezes, porque não tem malícia. Esses dias uma jornalista me perguntou: "O senhor é a favor da liberação da maconha medicinal?". Eu não respondi, fiquei quieto. Se fosse contra, estaria contrariando o STF, e se fosse a favor, a manchete seria "Bolsonaro é a favor da liberação da maconha", com medicinal lá embaixo na matéria — afirmou o candidato do PSL.
Na tarde de quinta-feira (27), Bolsonaro reagiu no Twitter à fala de Mourão em Uruguaiana, lembrando que o direito ao 13º salário está na Constituição. Mourão, por sua vez, afirmou que ficará em "silêncio obsequioso".
Movimento de mulheres
Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto no Ibope e no Datafolha, e manifestações de mulheres estão marcadas em vários locais do país neste sábado (29) contra a sua eleição. Segundo o deputado federal, entretanto, o movimento, conhecido pela hashtag #EleNão, é "pequeno".
— É um pequeno movimento de mulheres que querem abafar o grande da nossa candidatura — declarou o candidato, reiterando que os atos não o preocupam.