Confirmado no segundo turno das eleições, aliados mais próximos do governador do Rio Grande do Sul e candidato à reeleição José Ivo Sartori (MDB) transparecem confiança no início da noite deste domingo (7). Mesmo tendo ficado em segundo lugar, a avaliação geral é de que o medebista ficou mais próximo do que se esperava do rival Eduardo Leite (PSDB).
Atual governador do Rio Grande do Sul e candidato à reeleição pelo MDB, José Ivo Sartori agradeceu os votos de seus eleitores em uma coletiva de imprensa e afirmou que quer um segundo turno "sem vitimismo". O emedebista também alegou que irá seguir a decisão do partido para se posicionar perante às eleições presidenciais.
Com 31,60% dos votos válidos no primeiro turno, o emedebista declarou que nunca viu "uma eleição igual a essa". Afirmou ainda que quer um segundo turno sem vitimizações. Para Sartori, a garantia da segunda posição na corrida ao Piratini demonstra a "força política" e o "reconhecimento popular" de seu governo.
— É uma demonstração da nossa força, mesmo com todas as atitudes que tomamos e da forma que implementamos nosso projeto no Estado — disse.
Mesmo lamentando a derrota dos aliados Fogaça (MDB) e Beto Albuquerque (PSB) ao Senado, o candidato cumprimentou a vitória de Luis Carlos Heinze (PP) — Sartori não citou Paulo Paim (PT). Sobre quem apoiaria nas eleições presidenciais, o candidato confirmou que irá seguir a orientação do partido. Aliados afirmam que há hipótese do MDB apoiar Jair Bolsonaro (PSL).
— (O partido) Deverá se posicionar. O quanto mais rápido, melhor — afirmou.
Clima de confiança no MDB
Entre emedebistas, o clima é de confiança. Ninguém jogou a toalha, apesar de as projeções de segundo turno dos institutos de pesquisa indicarem vantagem de Leite. A campanha de Sartori vai buscar apoio do PDT de Jairo Jorge e também irá acenar aos eleitores de Miguel Rossetto (PT) com o discurso de que Sartori tem trajetória mais ligada aos anseios populares.
Outra aposta do MDB será buscar apoio de lideranças do PP, sigla que está coligada com Leite. O PP ocupou importantes secretarias do governo Sartori até meados do primeiro semestre de 2018 e a convicção é de que nomes da sigla ajudem o governador.
— Parte do PP já está ao nosso lado, não tenho dúvida. É um partido que esteve no governo até o fim quase, queremos contar com o voto individual de figuras do PP. O voto do partido como instituição, é claro, será do Leite — diz o ex-deputado Luiz Roberto Ponte, da coordenação de campanha de Sartori.
O MDB partirá ao ataque contra Leite, atrelando ele às possíveis fraudes em exames preventivos de câncer que estão sob investigação em Pelotas, cidade em que ele foi prefeito. E a estratégia não irá parar por aí.
— O PSDB faz gestões ruins em Porto Alegre, em Santa Maria, tem o problema da saúde em Pelotas. Em cidades importantes, o PSDB não vai bem. Olha Porto Alegre, uma cidade esburacada, suja, abandonada — diz uma liderança do MDB, indicando que o partido buscará vincular Leite ao prefeito da Capital Nelson Marchezan (PSDB).
Outro fator relevante está atrelado à disputa presidencial. Os partidos da coligação de Sartori irá se reunir às 11h desta segunda-feira para discutir a posição a ser tomada. Diante da onda em favor do candidato Jair Bolsonaro (PSL), há opiniões na coordenação de campanha defendendo aproximação entre o capitão da reserva e Sartori. O vice Cairoli já promoveu contatos de aproximação com o general Hamilton Mourão (PRTB), vice de Bolsonaro.