Nove a cada 10 municípios com alta qualidade de vida no Rio Grande do Sul optaram por votar em Jair Bolsonaro (PSL) para presidente da República. Das 313 cidades gaúchas com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto ou muito alto, o presidente eleito venceu em 289, o equivalente a 92,3%.
O futuro presidente ainda foi o preferido em 117 dos 182 municípios gaúchos (64,3%) com IDH médio. O levantamento de GaúchaZH foi feito com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no IDH de municípios. O total de votos válidos no Estado no segundo turno foi de 6,7 milhões.
O Rio Grande do Sul tem uma especificidade em relação a outros Estados brasileiros: é uma região desenvolvida, onde 63% dos municípios têm alta qualidade de vida: uma cidade tem IDH muito alto (Porto Alegre) e 312 têm IDH alto. Portanto, a maioria dos votos provêm de cidades altamente desenvolvidas.
Ainda assim, as cidades com IDH muito alto ou alto preferiram Bolsonaro: de todos os votos do capitão da reserva no Estado, 82,8% vieram dessas cidades. No caso de Fernando Haddad (PT), tais municípios representam 77% dos votos angariados no Rio Grande do Sul.
Além disso, o IDH médio das cidades onde Bolsonaro venceu (0,72099) é ligeiramente maior do que o IDH médio onde o PT se deu melhor (0,67958).
A única cidade do Estado com IDH muito alto é Porto Alegre. Bolsonaro venceu nela: obteve 56,85% do total. A cidade menos desenvolvida do Rio Grande do Sul, Dom Feliciano, no Sul, o único município com IDH considerado baixo no Estado, foi de PT e conferiu a Haddad 50,62% dos votos.
O IDH leva em conta indicadores de saúde, educação e renda dos municípios e é uma das ferramentas mais utilizadas por especialistas para analisar a qualidade de vida . Zero Hora dividiu as cidades gaúchas em quatro grupos: IDH muito baixo (0 a 0,499), IDH baixo (0,500 a 0,599), IDH médio (0,600 a 0,699), IDH alto (0,700 a 0,799) e IDH muito alto (0,800 a 1). A divisão é utilizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Jair Bolsonaro obteve 3,89 milhões de votos no Rio Grande do Sul, dos quais 3,2 milhões (82,8%) vieram das 313 cidades com IDH muito alto ou alto. Haddad angariou 2,2 milhões em todo o Estado, dos quais 1,7 milhão (77%) vieram de tais municípios.
IDH muito alto (0,800 até 1) - 1 município
Porto Alegre: Bolsonaro (56,85%)
IDH alto (alto) - 312 municípios
- Bolsonaro: 288 municípios (92,3%)
- Haddad: 24 municípios (7,7%)
IDH médio (0,600 para 0,699) - 182 municípios
- Bolsonaro: 117 municípios (64,3%)
- Haddad: 65 municípios (35,7%)
IDH baixo (0,500 para 0,599) - 1 município
Dom Feliciano: Haddad (50,62%)
- IDH médio de cidades pró-Haddad: 0,67958888888888891
- IDH médio de cidades pró-Bolsonaro: 0,72099261083743826