Elogiado pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, durante a campanha, Jair Bolsonaro (PSL) pretende retribuir a deferência com uma visita ao país. As datas ainda não foram confirmadas, mas a expectativa é de que a viagem ocorra ainda neste ano. Em seguida, o roteiro deverá ser concluído com Estados Unidos e Israel.
— O Chile é a grande referência latino-americana. Quem que deu certo nos últimos 20 anos? Quem aumentou renda da sua população, tem boa educação e gera tecnologia? Hoje (o Chile) comercializa com o mundo todo. A gente tem que ter humildade pra olhar esse exemplo com atenção — comentou o deputado federal gaúcho e futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
No domingo (28), após a confirmação da vitória de Jair Bolsonaro, o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, afirmou que o Mercosul "não será prioridade" no próximo governo. Ao ser questionado por uma repórter do jornal argentino Clarín se o Brasil continuaria no bloco, Guedes deu uma resposta em quatro palavras:
— Não será conosco. Foi.
O economista ainda justificou que o foco de seu programa econômico será o controle de gastos:
— É isso que você queria ouvir? Mercosul não será prioridade. A gente não está preocupado em te agradar. Eu conheço esse estilo. Você só negocia com quem tiver inclinações bolivarianas. O Mercosul foi feito totalmente ideológico. É uma prisão cognitiva — disse Guedes à repórter argentina.
Transição
Segundo Onyx, não haverá discussões políticas nesta segunda-feira (29). Uma viagem de Bolsonaro a Brasília deverá ocorrer somente na próxima semana. Visitas protocolares ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e ao presidente Michel Temer estão nos planos.
Nesta terça-feira (30), o núcleo duro do futuro governo irá se reunir na casa do presidente eleito. O objetivo do encontro é definir os primeiros técnicos que integrarão a equipe de transição. Até quinta-feira (1º), os nomes serão anunciados. A tendência é de que não sejam utilizados todos os 50 cargos colocados à disposição.
Apesar de ter indicado quatro nomes para o futuro ministério antes de ser eleito, Jair Bolsonaro deverá aguardar até o final do mês para oficializar novos integrantes do primeiro escalão.
— Vai amadurecer e pensar. Defendo que só se anuncie em bloco entre o final de novembro e o início de dezembro — comentou Onyx.
Ele também afirmou que o número de pastas não está definido. Durante a campanha, Bolsonaro afirmou que seu objetivo era reduzir de 29 para 15 pastas. No entanto, ele recuou em algumas fusões, como da Agricultura e com o Meio Ambiente, o que fará com que sua equipe faça um novo desenho do mapa ministerial.