Em meio às comemorações pela vitória, Jair Bolsonaro (PSL) realizou a primeira reunião com o núcleo duro da campanha e aliados próximos. Alguns ministros já foram confirmados, e a tendência é de que, a partir desta segunda-feira (29), outros nomes do futuro governo comecem a ser discutidos ou até mesmo revelados.
Nos próximos dias, o presidente eleito deverá ir a Brasília. Há expectativa de visitas protocolares ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Ainda não há indicação de encontro com o presidente Michel Temer, que parabenizou Bolsonaro pela vitória ainda na noite de domingo (28).
Paralelamente, o time irá indicar os 50 nomes que irão compor a equipe de transição. O atual governo terá o mesmo número de representantes e a missão de informar a situação das contas públicas e as ações em andamento. Os dois grupos deverão ser coordenados por gaúchos: o atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o futuro, Onyx Lorenzoni.
As reuniões, que se estenderão até dezembro, ocorrerão no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. O prédio, projetado por Oscar Niemeyer, também foi utilizado na transição entre os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002.
A expectativa é de que as primeiras medidas do futuro governo comecem a aparecer antes do final do ano. Projetos em tramitação no Congresso poderão ser votados, como o que flexibiliza o Estatuto do Desarmamento.
A reforma da Previdência é uma das prioridades. Ainda sem detalhar o plano para a mudança nas aposentadorias, o texto deverá ser apresentado nos primeiros meses de governo. O apoio para o tema, visto como delicado pela tendência de endurecimento das regras a diversas categorias de trabalhadores, poderá ser bancado pelo estímulo do Planalto a uma pauta voltada aos costumes, atraindo apoio da bancada religiosa. Aliados acreditam que a base de Bolsonaro na Câmara terá mais de 300 deputados. Para aprovar mudanças na Constituição, são necessários 308 votos na Casa, o que vai exigir negociações.