A corrente Movimento Levanta, Rio Grande!, do Partido Socialista Brasileiro (PSB-RS), encaminha nesta terça-feira (9), à direção estadual da sigla, documento solicitando a saída da coligação que apoia o candidato a reeleição ao governo do estado, José Ivo Sartori (MDB). A razão para o descontentamento é o apoio, declarado na segunda-feira (8), do emedebista ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Conforme o grupo, "o PSB-RS está impedido de permanecer na coligação governista, não apenas por defender ideais antagônicos aos de Bolsonaro, mas por uma determinação nacional do partido".
— O PSB é um partido com visão de mundo que sustenta o fundamento da república e da democracia. E, na visão da sigla, do congresso nacional realizado em 5 agosto deste ano, o Bolsonaro é a anulação do principio democrático — destaca o professor, advogado e constituinte de 1988 Hermes Zaneti, uma das lideranças do Movimento Levanta, Rio Grande!, que, segundo ele, representa cerca de 35% dos diretores da executiva estadual.
Conforme Zeneti, que chegou a ser cogitado como postulante próprio do PSB-RS ao Piratini, o grande encontro nacional que definiu os rumos da agremiação para o pleito deste ano deixou aberto aos correligionários a possibilidade de darem suportem a qualquer concorrente ao Planalto. Com exceção de apoiar o presidenciável do PSL.
— As pessoas não se dão conta da gravidade do momento — lamenta o professor.
Ainda de acordo com ele, a parceria com a coligação de Sartori seria para a manutenção de cargos que o PSB ocupa no atual governo, e não configura unanimidade internamente. A partir da agora, caso o partido retire-se da aliança com o atual mandatário do Estado, não há definição dos rumos a serem tomados.
— Nenhum dos dois (Sartori e Eduardo Leite, do PSDB) têm compromisso com a causa candidata, que é enfrentar a União que cobra juros escorchantes sobre a dívida do Estado — assinala Zaneti.