Os candidatos à Presidência amenizaram o tom do discurso na propaganda eleitoral deste sábado (8), a primeira em que as equipes de campanha puderam promover modificações de conteúdo após o atentado contra Jair Bolsonaro (PSL), que ocorreu na quinta-feira (6) à tarde, em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Em recuperação no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Bolsonaro foi preservado de críticas pelos demais concorrentes. O ataque ao presidenciável foi citado por Geraldo Alckmin (PSDB) e, de forma mais indireta, por Álvaro Dias (Pode). Os outros postulantes ao cargo não citaram o episódio e usaram o tempo para apresentar propostas e suas trajetórias pessoais e políticas.
Alckmin citou Bolsonaro nominalmente. Na abertura do seu programa, o tucano repudiou a violência ao dizer que "a política é a única arma aceitável numa disputa eleitoral". Ele ainda disse que, junto de sua família, está em "oração pela plena recuperação do candidato Jair Bolsonaro".
No restante do programa, Alckmin procurou enviar mensagem ao eleitorado feminino — onde Bolsonaro enfrenta maior dificuldade, segundo as pesquisas —, destacando políticas dos governos dele em São Paulo para as mulheres. Candidata a vice, Ana Amélia Lemos (PP) surgiu na produção de TV para reforçar a tentativa de cativar o público do gênero.
Alvaro Dias (Pode) disse ser um inconformado com a corrupção e os problemas do Brasil, mas destacou que "indignação e raiva são coisas diferentes". Ele sugeriu "respeito por quem pensa diferente" e afirmou que "não é na faca nem na bala que vamos resolver os problemas".
Marina Silva (Rede) falou sobre educação e sua trajetória de vida. Já Ciro Gomes (PDT) defendeu um programa de ensino médio em tempo integral e com formação profissional, que ele diz já existir no Ceará, onde foi governador.
No programa do PT, Fernando Haddad e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram críticas ao governo de Michel Temer, apontado como responsável por cortes que estão enfraquecendo programas como o Bolsa Família, o ProUni e o Fies.
Henrique Meirelles (MDB) se declarou preocupado com a "divisão entre brasileiros" e "triste ao ver famílias e amigos separados por política". O candidato voltou a dizer, procurando atestar sua competência para resolver questões como desemprego, que atuou como presidente do Banco Central no período de bonança econômica do governo Lula.