A Polícia Federal (PF) apresentou nesta sexta-feira (28) a conclusão do primeiro inquérito sobre o ataque sofrido pelo candidato do PSL à presidência da República, Jair Bolsonaro. Os investigadores apontaram que Adélio Bispo, o agressor confesso, agiu sozinho no dia em que acertou uma facada em Bolsonaro — a pena prevista para o crime vai de 6 a 20 anos. Um segundo inquérito, já em andamento, irá analisar o passado de Adélio. Em entrevista na sede da PF em Brasília, o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Morais Fernandes, disse que o crime foi motivado por divergências políticas.
— Não restam dúvidas na investigação de que o motivo que levou o sr. Adélio a cometer o crime foi o inconformismo político com as ideias propagadas pelo candidato Bolsonaro — afirmou Fernandes.
O agressor foi indiciado pelo crime de "atentado pessoal por inconformismo político", com base na Lei de Segurança Nacional. Em função de ele estar preso de forma preventiva, a PF precisou concluir o inquérito em 30 dias, para evitar a soltura. Por isso, os investigadores decidiram abrir um novo inquérito, sobre o passado do agressor. Nesta nova etapa, os policiais devem analisar a vida de Adélio nos últimos cinco anos, de modo a identificar se houve orientação ou incentivo ao atentado. Até agora, no entanto, o delegado diz que não existe nenhum indício de influência externa.
— Vamos fazer um escrutínio nos últimos cinco anos. Sobre relações, contatos, locais onde ele esteve, de forma exaustiva e até definitiva — explicou.
Segundo Fernandes, o agressor foi ouvido três vezes nas últimas semanas. Ele revelou ter planejado o ataque e agido sozinho e disse que já saiu de sua residência carregando a faca utilizada no crime. Ao analisar as imagens registradas durante o ato de campanha, os policiais identificaram que Adélio se infiltrou na multidão e avançou entre os militantes até conseguir se aproximar de Bolsonaro.
O ataque a Bolsonaro ocorreu no dia 6 deste mês, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Após levar uma facada, ele foi submetido a uma cirurgia às pressas. O candidato segue internado no Hospital Albert Einsten, em São Paulo.